MS seria porta de entrada para armamentos 

Rota conhecida do crime organizado, a fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai e a Bolívia se transformou em um ponto de risco durante durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que começam no dia 5 de agosto. O novo ‘alerta’ foi divulgado pelo Jornal Estadão depois que o Estado Islâmico e outros grupos jihadistas compartilharam mensagens no Telegram orientando seus seguidores a atuarem como ‘lobos solitários’ durante o evento no Brasil.

Os métodos propostos apontavam a utilização de drones com pequenos explosivos, acidentes de trânsito e o uso de veneno e medicamentos para atacar as delegações e visitantes dos EUA, Inglaterra, França e Israel.

Nas mensagens os terroristas ainda orientaram os seguidores a agirem sozinhos e “a aproveitarem as favelas do Rio onde a criminalidade é disseminada “e também usarem a propensa fronteira com o Paraguai para entrarem no país com armamentos. Depois da denúncia, o governo brasileiro foi orientado a não descartar nenhuma ameaça e a estudar a ação online do Estado Islâmico, não apenas a voltada para o público que fala português.

Não é de hoje que a fronteira seca com o Paraguai preocupa as forças de segurança do Estado. Em Ponta Porã, cidade a 313 quilômetros de Campo Grande e principal porta de entrada de produtos ilícitos no Estado, a facilidade na a travessia é evidente na maioria dos crimes de homicídio que acontecem na região.

Ainda assim, a briga para o aumento no policiamento na região sul-mato-grossense de fronteira foi intensificada depois do assassinato de Jorge Rafaat Tounami, conhecido como “Rei da Fronteira” que foi morto no dia 15 de junho em uma emboscada cinematográfica em Pedro Juan Caballero.

Na época do crime, todas as forças armadas que atuam na fronteira ficaram em alerta e equipes do Bope (Batalhão de Operações Especiais) foram enviadas para a região, mas, segundo o secretario de Segurança Pública, José Carlos Barbosa, a situação só se resolveria com a ajuda da União.

O Jornal Midiamax tentou falar com o secretário para saber a atual situação do reforço exigido da União, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta.

Policiamento na fronteira

São as equipes do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e da PRF (Polícia Rodoviária Federal) as principais fiscalizadoras da fronteira sul-mato-grossense e assim como as outras instituições policiais do Estado, precisaram enviar servidores para reforçar o policiamento no Rio de Janeiro durante os Jogos Olímpicos.

De acordo com o sub-comandante do DOF, o tenente-coronel Gilberto Lino de Souza, mesmo com o efetivo reduzido, os policiais continuam as fiscalizações para impedir a entrada de produtos ilícitos no Estado. “A fronteira é problema e nos preocupa, mas nosso foco é justamente para esse tipo de fiscalização. “Verificamos documentos, fiscalizamos a entrada de armamentos e de drogas no Estado”, explicou.

Prestes ao início da competição, a estrutura da PRF ainda recebe reparos em Mato Grosso do Sul. Parado há dois anos, um posto na saída para Sidrolândia ainda não teve a reforma concluída. Os policiais atuam em um local improvisado.

“Aqui apreendemos muitas armas, drogas e veículos roubados. O posto pode não estar funcionando, mas não paramos os trabalhos”, informou um dos policiais que realizavam fiscalização no local.

Segundo a PRF, se por um lado policiais foram enviados para o Rio, servidores de outros estados também vieram para o Mato Grosso do Sul, trabalhar exclusivamente na fronteira. “O que ouve na verdade é uma pequena mudança no perfil da fiscalização da PRF, que durante os Jogos Olímpicos vai estar mais voltada para a questão das fronteiras. Isso já se reflete no aumento das apreensões”, informou o inspetor Tércio Baggio.