Espionagem descobriu suposta ação da maior facção criminosa do país 

Circular emitida ontem à noite, sexta-feira (4), pelo comando de operações da Agepen (Agência Estadual de Administração Penitenciária), sinalizou com uma espécie de alerta vermelho o risco de ataques contra agentes penitenciários que atuam em presídios de Mato Grosso do Sul, tanto da esfera estadual quanto federal.

O comunicado foi endereçado aos diretores dos presídios. “… nesta noite [sexta] foi passado informações do Serviço de Inteligência, que está sendo arquitetado possíveis ações criminosas contra Agentes Penitenciários Estaduais e Federais no estado de Mato Grosso do Sul”, diz trecho da nota.

No ofício (ver abaixo), assinado pelo diretor de operações da Agepen, Reginaldo Francisco Régis, é dito aos servidores nos estabelecimentos penitenciários que “redobrem os cuidados e a vigilância em todas as operações e rotinas”.

A reportagem apurou que antes da emissão da circular, surgiu a informação de que os ataques aos agentes penitenciários estariam sendo planejados por integrantes do chamado PCC (Primeiro Comando da Capital), organização criminosa criada dentro de presídios, no início dos anos de 2000. O alerta foi feito primeiro aos agentes do presídio federal.

Ailton Stropa Garcia, presidente da Agepen-MS desde abril de 2015, confirmou ao Midiamax a emissão da circular de alerta. Ele informou que a agência soube do risco do ataque por meio de informação do setor de inteligência da Depen (Departamento Penitenciário Nacional).

“Ficamos sabendo por meio de Brasília, por isso fizemos o alerta para os cuidados”, disse Stropa.

O presidente da Agepen contou ainda que o risco de ataque virou uma espécie de rotina entre os agentes penitenciários estaduais. “Estamos sempre em alerta”, afirmou ele.

O presidente do Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de MS), André Luiz Santiago Garcia, também confirmou o comunicado e criticou a forma como a nota foi divulgada. Ele disse que a circular foi mandado apenas aos diretores dos presídios. “Estou distribuindo para todos [agentes] agora”, disse o sindicalista.

INVESTIGAÇÃO

Ontem, sexta-feira (4), pela manhã, o Midiamax divulgou com exclusividade o caso de uma investigação em curso, tocada sob sigilo pela Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado), acerca de um suposto esquema de corrupção com desvio de dinheiro, tráfico de droga e tortura de preso para forjar depoimentos.

ALERTA DA AGEPEN