Soldado presa tem 19 elogios na ficha e Medalha Tiradentes

Na manhã desta quinta-feira (21), policiais civis e militares de se reúnem em frente ao Fórum, para protestar contra a prisão dos três PMs na noite de terça-feira (19). Os militares foram presos pela (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) após denúncia de um adolescente de 15 anos que teria sido agredido durante abordagem.

O policial civil Felipe Zapata, irmão da soldado presa, afirma que os três militares que foram encaminhados ao Presídio Militar têm ficha exemplar. “Minha irmã tem 19 elogios na ficha dela, entre eles um elogio de fora do Estado. Ela também tem uma Medalha Tiradentes” – a medalha é dada a policiais que prestam serviços relevantes à Corporação e se destacam na classe.

Ainda segundo Zapata, os pais dele e da soldado estão envergonhados e mal conseguem sair de casa após a prisão da filha. “A Corregedoria deveria ter agido dentro da lei, porque no ato da prisão ainda nem havia indícios suficientes para fazer o flagrante”, afirmou o policial, que também acompanhou o caso. Segundo ele, o corregedor geral da PMMS não ficou até o fim do flagrante. “Se havia indícios de lesão ou violência, o certo era abrir o IPM (Inquérito Policial Militar). No flagrante não há nada que prove que foram eles”, afirma o policial civil.

Ferimentos

Segundo o policial, irmão da soldado presa, em depoimento o adolescente de 15 anos chegou a dizer que os ferimentos que ele tinha foram provocados por conta da queda da moto. O jovem teria caído da motocicleta quando os policiais tentaram fazer abordagem. O piloto, identificado como Marlon, fugiu e não foi localizado até o momento.

No meio policial, há suspeita de que o pai do garoto teria manipulado a prisão. “Parece que tem uma movimentação de que o pai do adolescente teria amigos no Comando da Polícia Militar, que coagiram o corregedor a fazer a prisão”, diz Zapata. “Queremos uma retratação pública do fato, porque até agora não há provas”, finaliza o policial.

Justiça

O presidente da ACS-MS (Associação de Cabos e Soldados de MS), Edmar Soares da Silva, se mostrou contrário à prisão dos policiais militares. Segundo ele, os soldados foram surpreendidos e chamados na corregedoria enquanto atendiam outras ocorrências. “Por volta das 23 horas eles receberam voz de prisão, sem ao menos o corregedor analisar os fatos, porque só havia indícios, sem comprovação”, diz o presidente.

Ainda segundo Edmar, não há indícios de que houve exagero por parte dos policiais. “É uma injustiça jogar essa lesão em cima da Polícia Militar”, afirma o presidente, que relembra que o adolescente de 15 anos disse em depoimento que teria se machucado ao sofrer a queda da motocicleta.

Também de acordo com o presidente da ACS, a equipe do 1º BPM (Batalhão da Polícia Militar), atendia ocorrência de vítimas que passaram características de uma dupla em uma motocicleta, que teria cometido delitos pela região, por isso foi feita abordagem aos jovens. “Ele tinha intenção de cometer algum delito. Os pais dele têm que dar conta de porque ele estava na rua aquela hora”, afirma.

Para Edmar, o caso deve ser resolvido na audiência de custódia. “Acreditamos no poder do Judiciário, que com certeza vai corrigir esse erro”, diz o presidente da ACS. Após a audiência, a ser realizada no Fórum, será definido se os soldados da Polícia Militar permanecem presos ou se o pedido de prisão será revogado.

Policiais exemplares

Um colega de farda, soldado do 1º Batalhão da Polícia Militar, disse ao Jornal Midiamax que os três policiais presos são excelentes profissionais e que sempre recebem elogios. “Esses elogios são feitos por conta da conduta dos policiais, que é exemplar”, diz. Para ele, os militares que foram presos pela Corregedoria são exemplos a serem seguidos na Corporação. “A tropa discorda dessa prisão e vamos protestar contra”, afirma o soldado.

Aproximadamente 50 policiais, que não estão em serviço na manhã desta quinta-feira (21), se encontram em frente ao Fórum.