Eles responderão por tentativa de homicídio
Além dos dois suspeitos já identificados, a Polícia Civil procura um terceiro envolvido nas agressões a um jovem de 18 anos durante a saída de uma festa na Vila Jacy no dia 18 de setembro, em Campo Grande. A vítima foi espancada depois de urinar no carro de um dos rapazes e chegou a desmaiar ao ser esganado pelo autor.
Na tarde desta sexta-feira (7), o delegado responsável pelas investigações, Fabiano Nagata, afirmou que pelas imagens gravadas por testemunhas do crime, é possível ver a participação de um terceiro suspeito nas agressões. O rapaz ainda não foi identificado e agora é procurado pelos policiais.
Os dois jovens já identificados, de 19 e 21 anos, serão indiciados por tentativa de homicídio e em depoimento confirmaram o crime. Para o delegado, o rapaz que seria o proprietário do carro e aparece dando uma ‘gravata’ na vítima, até ela desmaiar, confessou que “perdeu a cabeça”.
Com a divulgação do vídeo, os autores, amigos e familiares deles passaram a ser ameaçados. “Vamos apurar os autores das ameaças, que estão colocando fotos de pessoas inocentes com o nome de um dos autores e elas também responderão por isso”, explicou o delegado.
Como os suspeitos compareceram a delegacia, são réus primários e estão colaborando com a investigação, não foi pedida a prisão preventiva dos dois. Agora, a polícia espera os laudos dos exames de corpo de delito da vítima e também o depoimento do novo suspeito para encerrar o inquérito.
Ameaças
A mãe do rapaz, uma comerciante de 46 anos, acompanhou a coletiva na delegacia e voltou a relatar as ameaças que a família e também amigos do estudante estão sofrendo. “Eu não como mais, não durmo mais. Somos ameaçados o tempo todo”, lamentou a mulher.
Nas palavras dela, a família está chocada e o rapaz precisou mudar de casa por segurança. Abalada, a mulher contou que depois da repercussão do vídeo, tem medo de sair na rua, que até na hora de comprar um chip de celular se sentiu mal, pois populares que a reconheceram começaram a tirar fotos.
“Meu filho está com depressão, chora todo o dia. Está com acompanhamento psicológico”, contou. Segundo ela, o jovem trabalhava desde os 16 anos como caixa de supermercado, nunca teria feito luta e estudava administração, mas largou o curso depois das diversas ameaças. Três amigos do rapaz, e também parentes, procuraram a polícia para registrar boletins de ocorrência de ameaça.
“Meu cliente está arrependido. Ele reconhece o erro e está disposto a pagar pelo que fez”, afirmou o advogado do rapaz, Ronye Ferreira de Matos. Conforme a defesa, as autoridades já foram informadas com relação às ameaças para tomar providências e uma medida judicial para retirar as “as postagens maldosas que divulgam endereço e redes da família”, já foi pedida.