PF envia grupo de elite para apoio a investigação sobre morte de índio
Segundo a PF, o grupo vai garantir a tranquilidade no local
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Segundo a PF, o grupo vai garantir a tranquilidade no local
Policiais do COT (Comando de Operações Táticas), grupo de elite da PF (Polícia Federal), desembarcaram em Dourados, a 229 quilômetros da Capital, às 15h30 desta sexta-feira (17) para auxiliar nas investigações sobre o conflito entre índios e fazendeiros em Caarapó. O grupo será responsável por garantir a ordem durante os trabalhos da perícia no local.
A equipe de Brasília, composta por 15 policiais armados, veio para Mato Grosso do Sul depois que um inquérito policial foi instaurado para investigar o conflito ocorrido entre os dias 12 e 15 deste mês, que resultou na morte do indígena Cloudione Rodrigues, diversos feridos e ainda na agressão de três policiais militares.
O grupo, segundo a assessoria de comunicação da PF, deve garantir a “preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”, enquanto a perícia trabalha para apurar a materialidade e assim esclarecer o que de fato aconteceu na fazenda o “mais breve possível”.
A Polícia Federal ainda garantiu que com as investigações os responsáveis, independente de quem sejam, serão punidos.
Entenda
Os confrontos na região se agravaram depois do assassinato de Claudioni, de 26 anos. Na tarde desta terça-feira, três policiais militares chegar a ser feitos reféns, espancados, despidos e ainda tiveram gasolina jogada no corpo. Os índios chegaram a atear fogo na viatura dos militares e a tomaram suas armas, que só foram recuperadas no final da tarde de hoje.
Em uma nota de repúdio, a ABSSMS (Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul) afirmou que os policiais foram até a fazenda para apoiar uma equipe do Corpo de Bombeiros que socorria os índios feridos no confronto com os ruralistas, quando foram surpreendidos por um grupo de 15 pessoas.
Foi neste momento que os militares foram algemados e colocados deitados com o rosto voltados para o solo, enquanto a viatura era depredada. A situação foi contornada depois de duas horas, com a chegada de um pastor evangélico que atua na reserva indígena.
Do outro lado, uma índia que mora na aldeia afirmou para a imprensa que no mesmo dia outros índios foram assassinados pelos fazendeiros. Segundo ela, duas crianças estão entre as vítimas. “Tinha mais crianças entre as vítimas. Os fazendeiros enterraram duas crianças com uma pá carregadeira. Todo mundo que foi baleado estava dentro da aldeia”, alegou.
A acusação sobre o assassinado das crianças foi desmentida depois que a perícia encontrou motos enterradas no local apontado pela índia.
A mulher ainda alegou que nenhum índio ferido, oito ao total, estava na região que pertence aos fazendeiros na aldeia. “Vieram, atirando em direção à aldeia. Todas as vítimas estavam em território indígena e não na Fazenda Yvu”, diz.
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