Os policiais foram presos na noite de terça-feira 

O pai do adolescente de 15 anos que denunciou três policiais militares por lesão corporal, e eles acabaram presos, também usou seu suposto perfil do Facebook para ‘comemorar’ a prisão dos agentes de segurança. Na publicação feita na tarde desta sexta-feira (22) o homem de 52 anos ofende os policiais e alega que o filho foi tortura pela guarnição.

Na postagem, que aparentemente é em resposta a um conhecido, o pai do adolescente xinga a policial feminina detida de “Peba” e confessa que a denunciou porque a mulher “torturou, após sequestrar e levar pra um “cativeiro” o seu filho. “Hoje chora os pais dela, mas ontem quem chorou foi a mãe do meu filho”, escreveu.

No texto, ele ainda chama os outros militares de “vermes”. Na página do homem, que já foi indiciado por três estelionatos, documentação falsa, coação, ameaça e desobediência, várias postagens são dedicadas a a políticos envolvidos em escândalos de roubo aos cobres públicos.

Outra incongruência com o episódio em que denunciou policiais por exagero na abordagem ao filho é o fato de compartilhar publicações de Jair Bolsonaro, deputado militarista e defensor ferrenho da máxima “bandido bom é bandido morto”. Em um dos textos, o homem ainda defendeu que o ex-ministro da Casa Civil fosse ‘torturado’ para contar o que sabe sobre a Operação Lava Jato.

Deboche familiar

Nesta quinta-feira (21), o adolescente de 15 anos fez duas publicações debochando das prisões: uma em que diz “Prender é a nossa meta” e, em seguida, o trecho de uma música que diz “Vivendo nesse mundo louco”. As postagens já circulam no WhatsApp e os policiais se mostram indignados com a situação. Elas foram apagadas.

“Ficamos indignados e revoltados, eles (PMs) tinham pelo menos de ter direito à defesa, se cometeram algum crime, seria lesão corporal, e nesse caso não ficariam presos. O bandido não fica preso, e agora o adolescente fica debochando dos policiais”, desabafou uma policial militar, há 23 anos na corporação, para a equipe do Jornal Midiamax.

Após ampla divulgação, o adolescente, que já possuí passagem por estupro de vulneral e furto, teria apagado as publicações.

O Caso

Conforme a denúncia, uma viatura da PM fazia rondas na tarde desta terça-feira (19), quando abordou dois rapazes, sendo um deles o adolescente em questão, em atitudes suspeitas. Segundo relatado no processo, o jovem desceu do veículo enquanto o piloto da moto fugiu.

A viatura foi atrás do motociclista, não conseguiu alcançá-lo e então retornou e abordou novamente o adolescente. Neste momento, os policiais teriam levado o jovem até um local ermo e tentado obrigar o adolescente a revelar o paradeiro do comparsa.

Em relato à corregedoria, o jovem afirmou que sofreu agressões por três dos quatro militares que estavam na viatura, sendo pressionado a dizer o endereço do rapaz que pilotava a motocicleta. O garoto então passou o endereço da própria casa, foi colocado na viatura e levado ao local, uma residência no Jardim Imá, região oeste da Capital.

A defesa dos policiais aguardando julgamento de pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça para liberar os policiais.