Dezessete foram presos

Membros de organização criminosa presos pela na manhã desta quinta-feira (9), durante a Operação Nevada, ostentavam carros e casas de luxo, o que chamou atenção dos investigadores, que deram início à operação há 23 meses. O grupo traficava grandes quantidades de cocaína que era comprada na Bolívia e chegava ao Brasil em aeronaves.

Os delegados Cleo Mazzotti, chefe de combate ao crime organizado e Fabrício Marques Rocha, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, apresentaram os resultados da operação nesta quinta-feira. Segundo as autoridades, as investigações tiveram início há aproximadamente dois anos, a partir da movimentação suspeita que ocorria em uma casa em , localizada na Rua Serra Nevada, na Chácara Cachoeira.

Na residência, havia muita movimentação de carros de luxo, além de constantes festas e, a partir das investigações aos proprietários da residência, foi constatado que os bens não eram compatíveis com a renda anual declarada pelos moradores. A investigações detectaram a organização criminosa que atuava com tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.

Os ‘cabeças' da organização foram presos. Três irmãos de Campo Grande estariam entre os mandantes, dois foram presos na Capital e um em São Paulo, onde foi preso também o principal comprador do entorpecente. Também foi preso em Campo Grande o ‘testa de ferro' e braço financeiro do grupo, proprietário da revendedora de veículos Inove, localizada na Avenida Rodolfo José Pinho.

Movimentação financeira

Segundo os delegados, os criminosos atuavam apenas com dinheiro em espécie. Durante a operação foram apreendidos mais de U$ 2 milhões, além de 778 quilos de cocaína e armas de fogo de uso restrito e também de uso permitido, ao menos 1 pistola calibre 9mm, 2 revólveres calibre 38, munições calibre 38, 9mm e de fuzil calibre 5,56 mm.

O ‘testa de ferro' da quadrilha fazia a lavagem do dinheiro por meio da concessionária de automóveis e chegou a ser ouvido duas vezes pela Polícia Federal, quando declarou renda mensal de R$ 6,5 mil. No entanto, a polícia chegou a constatar a compra de carros avaliados em R$ 600 mil e uma propriedade, avaliada em R$ 4 milhões. A estimativa é de que, entre 2010 e 2014 ele movimentou R$ 14 milhões. A quadrilha atuava em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e São Paulo.

Outros envolvidos no esquema de tráfico também declaravam aproximadamente renda anual de R$ 60 mil, mas, segundo os delegados, em uma das casas os policiais encontraram um objeto decorativo avaliado em mais de R$ 60 mil logo na entrada.

Tráfico internacional

Os carregamentos de cocaína eram comprados pelo grupo diretamente na Bolívia e arremessados por meio de pequenos aviões em Porto Murtinho. No município, a droga era levada para fazendas em Bodoquena e Bonito, onde ficavam armazenadas para depois serem levadas para São Paulo em caminhões e outros veículos.

Foram apreendidos com o grupo mais de 30 veículos, entre carros de luxo e caminhões. As investigações seguem por conta dos foragidos e do uso das fazendas em MS, mas os principais membros da quadrilha estão presos. Entre os mandados, apenas três não foram cumpridos. A Polícia Federal atuou nesta quinta-feira em Campo Grande, Bodoquena, Bonito, Rondonópolis (MT), São Paulo (SP), Guarujá (SP), Suzano (SP) e São Bernardo do Campo (SP).

O grupo responderá por tráfico internacional de drogas, porte ilegal de arma de fogo, lavagem de dinheiro e associação criminosa.