‘Se acharmos antes que a polícia, ele morre”, ameaçam

Amigos de Juliana da Silva Fernandes, de 24 anos, morta na madrugada da última sexta-feira (22) no Jardim das Hortências, em Campo Grande, ameaçam linchar o ex-marido da jovem caso encontrem ele antes da polícia. Ele é apontado como o principal suspeito de ter assassinado a jovem com vários golpes de faca.

Segundo informações de pessoas ligadas a Juliana, para ajudar nas buscas pelo ex-marido da jovem várias fotos dele estão sendo compartilhadas nas redes sociais com o intuito de localizá-lo o mais rápido possível.

“A polícia está procurando ele, mas não tem fotos, não sabe quem é o cara então fica meio complicado. Como a gente conseguiu foto dele agora, a gente está divulgando em tudo que é rede social pra ver se pega ele, o quanto mais cedo melhor”, diz Mariana dos Santos, de 24 anos.

Ainda segundo Mariana, que foi uma das organizadoras do protesto ocorrido no domingo, o suspeito continua rondando a região a procura dos filhos de 8, 4 e 3 anos. Na tarde desta segunda-feira (25) moradores relatam que viram ele a cerca de duas quadras do local onde as crianças moram. “Hoje ele foi visto rondado a favela por volta de duas e meia da tarde”, conta.

Alguns amigos da vítima contam que além da polícia, vários moradores também procuram os suspeito e prometem fazer justiça com as próprias mãos caso o encontrem ante da polícia. “Está todo mundo procurando, está todo mundo querendo pegar ele por aqui. E tem um porém, se a polícia não pegar a população vai pegar e vão linchar ele, vão matar”, diz um amigo de Juliana que preferiu não se identificar.

Entramos em contato com a delegada responsável pelo caso Rosely Molina, titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher), para saber como andam as investigações, mas até a publicação desta matéria não obtivemos respostas.

Protestos

Moradores da Cidade dos Anjos realizaram uma manifestação na noite de domingo (24) no Jardim Aero Rancho e planejavam realizar outro na noite desta segunda-feira, mas o mau tempo fez com que o protesto fosse cancelado. Mariana dos Santos, uma das organizadoras do primeiro protesto conta que ele será realizado, mas ainda não há data.

Caso

Segundo a família, Juliana estava na frente da casa em que morava com a irmã, quando o crime aconteceu. “O ex-marido dela ficou observando, esperou eu e meu marido entrarmos em casa e aí a esfaqueou duas vezes”, lembra a irmã da jovem, Ana Paula da Silva Fernandes, de 22 anos.

Mesmo ferida, a vítima correu para o quintal da residência, mas foi seguida e golpeada novamente pelo homem. Foram mais dois golpes, até os familiares virem o que estava acontecendo e socorrerem a jovem. “Acionei o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e eles encaminharam ela para a Santa Casa”, conta Ana.

O casal foi casado por oito anos e estava separado a seis meses, mas o suspeito não aceitava o fim do relacionamento. Juliana deu entrada no hospital às 2h30, foi atendida, mas morreu às 21h35.