Na delegacia ele diz que família acredita em crime premeditado
Valdeci Alves Nogueira, de 49 anos, irmão de Valdeni Lopes Pereira, de 47 anos, major da Polícia Militar morto na terça-feira (12), foi ouvido na tarde desta segunda-feira (18) na 7ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande mesmo depois de anunciado que seu depoimento seria adiado por conta da viagem do delegado Cláudio Zotto.
Mesmo após anunciado que depoimento de Valdeci seria adiado por causa de uma viagem de última hora do delegado titular , o irmão do major compareceu na delegacia na tarde desta segunda-feira (18) e segundo ele seu depoimento foi acompanhando por uma delegada substituta que não se recorda o nome.
Durante seu depoimento, que durou cerca de 2 horas, ele contou em conversa com o Jornal Midiamax, que apenas ressaltou o que a família vem defendendo: que o crime foi premeditado e não legítima defesa como disse a tenente-coronel Itamara Romeiro, autora dos disparos.
“O que nós queremos é que eles entendam que a família não aceita essa tese de legítima defesa e que eles considerem e valiem o nosso depoimento. Que avaliem as pessoas que conheciam o Valdeni e sabem da realidade do casamento, que ele falava como estava, para eles verem que existe possibilidade sim e vários interesses para que seja considerado um crime premeditado”, diz.
Policial Militar aposentado, Valdeci ressaltou que foi quem incentivou o irmão a entrar na polícia, mas nenhum membro da família concordava com o ‘casamento de fachada’ que segundo ele o casal mantinha há anos. O irmão teria terminado um noivado quando conheceu Itamara e só teriam resolvido casar quando estavam perto de serem promovidos.
“Era um casamento de separações. Não é novidade para a família que ele sempre teve outros casos, não casos fixos porque ele nunca quis separar par um novo casamento pela questão do status, questão social. Esse casamento sempre foi assim e desde o começo fomos contra. Ele terminou um noivado com uma moça quando foi fazer a academia para ficar com ela [Itamara] e eles casaram quando eles estavam sendo promovidos a capitão ”, conta Valdeci.
Valdeni contou que mora em Dourados, cidade a 225 quilômetros de Campo Grande, par onde retorna nesta terça-feira (19). Entramos em contato com a delegada titular da 7ª Delegacia de Polícia Rozeli Dolor Galego, mas el nos informou que nenhuma informação sobre o depoimento seria passada.
Relembre o caso
O crime aconteceu na residência do casal, na Avenida Brasil Central no Bairro Santo Antônio. Segundo a polícia, os dois militares teriam se desentendido e durante a briga a tenente-coronel da Polícia Militar efetuou dois disparos contra do marido. Um deles atingiu a vítima, que morreu na sala de cirurgia na Santa Casa de Campo Grande.
Depois do crime, a policial permaneceu dentro da residência ameaçando cometer suicídio. Familiares de Itamara, a advogada e o comandante do 1º BPM (Batalhão da Polícia Militar), major Ajala, foram até o local e conseguiram negociar para que ela se entregasse. Posteriormente, surgiu a versão de que uma briga, envolvendo uma viagem ao Nordeste que se iniciara no dia seguinte ao crime, teria dado início à discussão do casal.
Em depoimento na quinta-feira (14), Itamara alegou legítima defesa. Ela contou ao delegado que foi agredida a socos e chutes pelo major Valdeni e que ele ameaçou pegar a arma para matá-la. Segundo a tenente-coronel, neste momento ela foi até o quarto, pegou o revólver e atirou, sem mirar em Valdeni, mas o atingiu.