Menino torturado em rituais de magia está com ‘família provisória’ fora de MS

Primeira audiência foi realizada nesta terça

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Primeira audiência foi realizada nesta terça

O menino, de 4 anos, vítima de tortura em supostos rituais de magia negra está fora de Mato Grosso do Sul sob cuidados de uma família provisória. A informação é do promotor de justiça Celso Antônio Botelho de Carvalho que por segurança preferiu não informar a localização exata da criança.

A justiça ouviu na tarde desta terça-feira (7) cinco testemunhas de acusação do caso, entre elas está a assistente social que constatou as lesões no menino em uma visita e a psicóloga a quem a criança relatou o que sofria. No total oito pessoas foram intimadas a comparecer, mas duas delas não foram localizadas e uma não compareceu.

De acordo com o promotor esta é a primeira audiência de instrução onde testemunhas são ouvidas pelo juiz para que sejam coletadas provas. A audiência durou cerca de duas horas.

O caso

A criança foi resgatada na noite do dia 23 de fevereiro deste ano depois de uma visita de rotina de uma assistente social que constatou os machucados no menino de 4 anos. Ele tinha lesões nas costas, pescoço e teve a unha do dedão do pé arrancada, além de ter água quente derramada em sua cabeça.

A primeira informação das enfermeiras que atenderam o menino era de que ele perderia a visão já que apresentava úlcera no olho esquerdo, mas a recuperação foi positiva e sua visão não foi afetada.

Depois de receber tratamento clínico por meio de curativos e uso de antibiótico e passar por algumas cirurgias a criança recebeu alta médica no dia 9 de março.

Segundo a tia do menino, uma das autoras dos rituais, eles ouviam vozes, que eram do diabo, e por isso praticavam as torturas. Dos quatro acusados presos apenas a tia-avó do meninos não está presa em Campo Grande. Ela foi transferida para outro município do Estado após sofrer ameaças de detentas no presídio.

O inquérito civil que investigou a tortura ao menino foi entregue pelo delegado responsável pelo caso, Paulo Sérgio Lauretto, da DEPCA (Delegacia Especializada em Proteção da Criança e Adolescente, ao MPE (Ministério Público Estadual) na última sexta-feira (4). Ao todo, O documento tem 700 páginas e é distribuído em dois volumes.

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