Sete detentos fugiram do Semiaberto de Dourados
Depois da fuga de sete detentos do Estabelecimento Penal Masculino de Regime Semiaberto e Aberto de Dourados, a 226 quilômetros de Campo Grande, mensagens avisando sobre possíveis ataques a policiais e a membros da segurança público do Estado começaram a ser repassadas por grupo de WhatsApp.
Os internos fugiram na madrugada desta quinta-feira (21) depois de estourarem o cadeado da cela disciplinar, quebrarem uma parede e arrebentarem a grade de proteção, o alambrado e a cerca de proteção do local.
Nas mensagens vinculadas em grupo policiais, a informações é que o grupo teria recebido ordem do PCC (Primeiro Comando da Capital) para ‘empurrar’ agentes e também o diretor e o vice-diretor do semiaberto, até o dia das mães. Em um áudio enviado para o Jornal Midiamax, um policial explica a situação.
“Abriu o sol lá na máxima agora, a malandragem saiu, o clima é tenso, veio à liderança na grade para trocar idéia com a chefia da unidade, e conforme os informes que me passaram, que é só ameaça, ameaça em cima de ameaça, que tá vindo lá de São Paulo, que o bagulho vai entortar que vai ficar louco, que eles querem regalias, então vamos ficar atentos”, narra.
Em outro trecho, o homem aconselha aos colegas não saírem desarmados de casa. “Não vacila não, esse negócio de deixar arma a distância isso não funciona não, dá tempo não, a única chance que a gente tem é estar com nosso anjo da guarda lado a lado, sempre”, encerra.
Em contato com a Polícia Civil, a informação oficial é de que como os casos são recentes, não existem posicionamentos oficiais sobre o assunto.
Fuga
Seis dos fugitivos são moradores de Dourados e o sétimo é do estado de São Paulo. Equipes da Polícia Militar e Civil realizam buscas pela região para localizarem os presos que foram identificados como:
Giovani Leonardo Mendes, o ‘Careca’ de 36 anos, Silvio Veron de Almeida, o ‘Surfilho’ de 38, Wagner Barbosa da Silva, o ‘Alicate’ de 31 anos, Rafael Ribeiro Borges, conhecido como ‘Tael’ de 23 anos, Itamar José Cavalheiro da Silva, de 27, Maycon Diego de Oliveira, o ‘Daltinho’, e Caique Oliveira André, vulgo ‘Zoio’ de 20 anos, de Guarulhos (SP).
Tensão
Desde o dia 13 de abril o clima no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande é tenso. Os problemas começaram depois de um pente-fino realizado no pavilhão II, ala do PCC, por agentes penitenciários em treinamento.
Na madrugada do dia seguinte, dois ônibus foram incendiados e um terceiro apedrejado a mando de um preso do estabelecimento. Onze pessoas foram detidas pelo crime. Na madrugada do dia 19, outro veículo foi incendiado, dois adolescentes foram apreendidos nesta quarta-feira (20) por envolvimento com o caso.
Além dos ataques a ônibus, seis agentes penitenciários foram envenenados e precisaram de atendimento depois de tomarem um café, servido pelos internos na passarela do Pavilhão II na manhã de ontem (20).
A suspeita é que a intoxicação dos agentes foi causada por um herbicida, conhecido como veneno de rato, que pode ter entrado no presídio tanto pelo muro quanto pela visita.
Mortes
Nesta quarta-feira (20) dois detentos morreram nos estabelecimentos penais de Campo Grande, somando cinco mortes em menos de 20 dias. Carlos Bernardo da Silva de 40 anos morreu ao passar mal no Centro de Triagem do Complexo do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
Horas antes, Iverson Ricardo Lopes Pinto, de 24 anos foi encontrado morto em um colchão no solário do Presídio de Segurança Máxima. O rapaz não apresentava nenhuma lesão no corpo e não possuía problemas de saúde.
A morte do interno, foi a quarta no estabelecimento penal em menos de 20 dias e a segunda em 48 horas já que na última segunda-feira (18) Luiz Otávio de Souza, de 25 anos, foi encontrado morto no saguão superior da ala B do Pavilhão 2.
A primeira morte aconteceu na tarde do dia 31 de março. Sidnei Baptista Borges, de 45 anos, tinha histórico de doença grave, que não foi especificada pela polícia. Sidnei aguardava transporte para Unidade de Saúde, mas o estado de saúde dele foi agravado e acabou morrendo no pavilhão 4, no setor de saúde do presídio.
Na manhã de sexta-feira (1º) Douglas Farias do Carmo, de 35 anos, também foi encontrado morto em uma das celas do presídio. De acordo com o boletim de ocorrência, registrado por um agente penitenciário do Estabelecimento Penal, ele foi acionado por um detento da cela 103. Segundo o interno, ele viu Douglas deitado no colchão na cela 108, aparentemente sem sinais vitais.