Execução de Rafaat intensifica conflito entre traficantes na fronteira com o Paraguai

Criminosos disputam controle do tráfico de drogas

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Criminosos disputam controle do tráfico de drogas

O assassinato de Jorge Rafaat Toumani, na noite da última quarta-feira (16) intensificou o conflito entre traficantes brasileiros e paraguaios que disputam o controle pelo tráfico de drogas na fronteira. O empresário, dono de uma rede de lojas Pedro Juan Caballero, cidade que faz fronteira com o Brasil, foi executado por homens fortemente armados. A polícia sustenta que a maioria dos envolvidos sejam brasileiros.

A suspeita é de que os suspeitos tenham ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital), facção criminosa criada em São Paulo, além do CV (Comando Vermelho) comandado por criminosos do Rio de Janeiro. A informação foi dada por policiais que trabalham na fronteira, em entrevista ao BBC Brasil.

“A maioria dos suspeitos do atentado (a Rafaat) são brasileiros”, afirma o promotor Justiniano Cardozo, líder de uma força-tarefa do Ministério Público do Paraguai que investiga o atentado.

Conforme os relatos, a tensão entre os traficantes que disputam o controle da fronteira cresceu nos últimos meses. “Estão acontecendo cinco ou seis mortes por semana, a maioria por causa do narcotráfico”, diz um dos policias que trabalha na região. 

Suspeito de comandar o tráfico de drogas na fronteira, Rafaat já havia sido sentenciado a 40 ano de detenção por atividades ligadas ao tráfico de drogas no Brasil. 

A morte do empresário é considerada a execução mais violenta dos últimos anos na região de fronteira. Ele foi assassinado na última quarta-feira, por volta das 19 quando saia do escritório em Pedro Juan Caballero. 

O empresário foi atacado por um grupo de pessoas armadas com fuzis A 47 e Mag antiaérea e metralhadora. Os suspeitos estavam em três veículos. Uma das camionetes utilizadas por guardas de Rafaat foi roubada no Brasil em 2015.

Além de centenas de cápsulas de projéteis, no local, a polícia também encontrou armas de grosso calibre, tais como fuzis e 50, todos de posse militar, que furaram a blindagem do Jipe Hummer, do mesmo modelo utilizado pelo exército dos Estados Unidos.

Até o momento, há informação de nove envolvidos que foram identificados e presos, entre eles um brasileiro, do Rio de Janeiro.