Ela ainda não foi ouvida pela Polícia Civil
Após mais de uma tentativa de ser ouvida na 7ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande, a tenente-coronel da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), Itamara Romeiro Nogueira, deve ser ouvida hoje (14). Segundo o advogado de defesa, José Roberto Rosa, ela pode prestar depoimento nesta tarde.
A tenente-coronel chegou a ser levada até a delegacia na manhã de quarta-feira (13), mas passou mal e voltou ao hospital. Posteriormente a defesa apresentou um laudo médico comprovando a impossibilidade de Itamara prestar esclarecimentos, alegando limitações emocionais e físicas. No documento ainda constava que ela tinha lesões no corpo e na cabeça.
Segundo o delegado Cláudio Zotto, responsável pelas investigações do caso, os primeiros policiais militares a chegarem na residência do casal no dia do crime e também pessoas do convívio do casal serão intimadas a depor. O delegado pretende entender melhor o motivo da briga e o que teria resultado na desistência do major a viajar com Itamara, em uma tentativa de reconciliarem o relacionamento.
A defesa trabalha com a alegação de legítima defesa. Itamara teria atirado duas vezes e um dos tiros atingiu o marido, major Valdeni Lopes Nogueira. Segundo o advogado José Roberto, o major teria ameaçado buscar a arma de fogo no carro para matar a esposa que, em instinto de defesa, atirou contra o marido.
Itamara foi presa em flagrante por homicídio, mas a defesa já trabalha com o pedido de liberdade provisória. Além do depoimento, a polícia aguarda o laudo do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para ter parecer completo sobre o que aconteceu no dia do crime.
Relembre o caso
O crime aconteceu na residência do casal, na Avenida Brasil Central no Bairro Santo Antônio. Segundo a polícia, os dois militares teriam se desentendido e durante uma briga e a tenete-coronel da Polícia Militar efetuou dois disparos contra do marido, um deles atingiu a vítima. O Corpo de Bombeiros foi acionado e encaminhou o major para Santa Casa.
Depois do crime, a policial permaneceu dentro da residência ameaçando cometer suicídio. Familiares de Itamara, a advogada e o comandante do 1º BPM (Batalhão da Polícia Militar), major Ajala, foram até o local e conseguiram negociar para que ela se entregasse.
Para colegas de trabalho dos policiais, o caso surpreendeu, já que o casal era tranquilo. Itamara, que estava lotada no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, e o major Valdeni era lotado na Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública).