Delegada espera testemunhas em caso de suposto assédio sexual contra servidora

Diretor-presidente da Fundtur será ouvido nos próximos dias

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Diretor-presidente da Fundtur será ouvido nos próximos dias

A delegada da Polícia Civil, Ariene Nazareth Murad de Souza Cury, está convocando testemunhas que queiram contribuir com as investigações acerca da denúncia de suposto assédio sexual contra o diretor-presidente da Fundtur (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul), Nelson Cintra Ribeiro.

Prefeito de Porto Murtinho por duas vezes (2005-2012), o diretor foi denunciado pela repórter da TVE, em Campo Grande, Nilmara Caramalac. Homem forte do segundo escalão do governo Reinaldo Azambuja (PSDB), Cintra teria, sustenta a repórter, pedido a ela fotografias íntimas pelo Waths App, e ainda tentado convencê-la a segui-lo até um quarto de hotel, em Dourados.

Até agora, a chefe da Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher), Ariene Murad, informou que vai ouvir cinco testemunhas, entre elas Nelson Cintra.

Contudo, a policial disse que a delegacia está aberta a “quem quiser ajudar na investigação que procure a delegacia”. Inclusive, a policial autorizou a publicação do telefone (3304-7575) para que os depoimentos sejam agendados.

O suposto assédio sexual, segundo a repórter, ocorreu durante uma viagem que fez a trabalho ao interior de MS no período que a tocha olímpica cruzou o Estado. A primeira investida contra Nilmara, segundo ela, ocorreu numa troca de mensagem via Whats App. Durante a produção de reportagens, Cintra teria agido como chefe imediato da equipe.

“Ele [Cintra] pediu fotos nuas minhas”, disse a repórter. Embora o caso tenha ocorrido perto de um mês, Nilmara denunciou o caso oficialmente, por meio de registro de boletim de ocorrência, na semana passada, dia 19.

Além de pedir as fotografias, Cintra teria, durante um jantar, no restaurante Kikão, em Dourados, convidado a repórter a acompanhá-lo até um quarto de hotel onde ele e a equipe da TVE haviam se hospedado. Com recusa do convite, Nilmara disse que passou a distratá-la e ainda exigido sua demissão, o que não ocorreu.

Nilmara era nomeada repórter na TVE, no entanto, depois do episódio, ela fora transferida para a Secretaria de Estado da Casa Civil. A repórter garante que até agora até agora ela não foi comunicada sobre a remoção.

A delegada Ariene disse que tem 30 dias para concluir o inquérito acerca do suposto crime de assédio sexual. Depois disso, ela passa o caso para o Ministério Público Estadual, cuja missão é ofertar, ou não, denúncia contra o diretor-presidente da Fundtur. Há a possibilidade de o desfecho da investigação ocorrer em Dourados, onde ocorrera o suposto crime.

A polícia requisitou o telefone celular da repórter, que será periciado. De acordo com Nilmara, há no aparelho diálogos que comprovariam sua denúncia. Logo que denunciou o caso à polícia, a repórter foi quem sugeriu a quebra do sigilo telefônico.

Nelson Cintra não quis se pronunciar sobre o caso. Ele limitou-se, por meio do advogado, a divulgar uma nota em que não que não vai se manifestar.

 

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