Zeolla presentava e embebedava as vítimas 

A partir de uma briga entre mãe e filho a Polícia Civil descobriu que o procurador da justiça aposentado Carlos Alberto Zeolla abusava sexualmente de três meninos, de 13, 11 e 10 anos, todos moradores do Loteamento Nova Serrana. O caso chegou à delegacia depois que a vítima mais velha discutiu com a mãe por causa de uma viagem para a Alemanha, prometida pelo suspeito.

Segundo o delegado Mário Donizete Ferraz de Queiroz, da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), as investigações sobre o caso começaram em 2015, quando o menino de 13 anos e a mãe foram levados para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

Os dois teriam brigado por conta de uma viagem que a criança queria fazer para a Europa. Na delegacia, os policiais descobriram que um homem identificado como ‘Carlos Xará', abusava sexualmente do menino e havia prometido levá-lo para a Alemanha. O suspeito ainda tinha o hábito de presentear a vítima com perfumes, dinheiro e até com um celular.

O caso foi encaminhado para a Depca e a delegada Daniella Kades assumiu as investigações. Através de imagens do carro e do número de celular do suspeito os investigadores chegaram ao procurador aposentado Carlos Alberto Zeolla e ainda localizaram mais duas vítimas, os meninos de 11 e 10 anos.

Ainda conforme Mário, Zeolla ia até o Loteamento Nova Serrana com o pretexto de ajudar economicamente as famílias das vítimas. Assim ele se aproximava dos meninos e sempre oferecendo presentes e bebidas alcoólicas, mantinha relações com eles.

Já neste ano, diante do risco de o suspeito sair do País com uma das vítimas, o pedido de prisão para Zeolla foi pedido e em abril decretado pela Justiça. “Não recebemos a informação sobre a decretação da prisão e hoje o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) cumpriu o mandado”, alegou o delegado.

A prisão foi comunicada na manhã festa quinta-feira na 3ª Delegacia de Polícia Civil de e o próprio Gaeco levou Zeolla até o Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) e em seguida para o Centro de Triagem, ‘pulando' a Depca que deveria interrogar o preso.

“Na segunda-feira (27) vou entrar com um pedido de autorização judicial na Vara de Execução Penal para retirar Zeolla do presídio e assim conseguir ouvi-lo”, explicou Márcio. O procurador aposentado é investigado por três crimes: estupro de vulnerável, exploração sexual e fornecer bebida alcoólica a menor.