Perícia para recuperar conversas com chefe já está com a Polícia

A chefe da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Ariene Murad, disse que o telefone celular da funcionária pública nomeada Nilmara Caramalac, que denunciou o diretor-presidente da Fundtur (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul), , por suposto crime de assédio sexual, já foi periciado e o aparelho devolvido à denunciante.

Ela afirmou que até quarta-feira (10) finaliza o inquérito e o encaminha ao Ministério Público Estadual, órgão que decide se oferta, ou não, denúncia contra Cintra.

A delegada não quis comentar o conteúdo do laudo pericial por tratar-se de investigação tocada em segredo. Ariene contou também que restam algumas testemunhas para serem ouvidas.

A análise sobre os diálogos mantidos entre a repórter e o diretor da Fundtur, via WhatsApp, recuperados pela perícia, podem fundamentar a denúncia. Nilmara sustenta que, numa das conversas, Cintra pediu uma fotografia nua dela que deveria ser encaminhada pelo aplicativo.

A repórter sustentou ainda que durante viagem que fez a trabalho, pela TVE, onde atuava, o diretor da Fundtur a convidou para segui-lo até um quarto de hotel, em Dourados. Cintra acompanhava a equipe que produzia uma série de matérias sobre a passagem da tocha olímpica pelo interior do Estado, em junho passado.

A repórter integrava a equipe a pedido de Nelson Cintra, segundo a denunciante. Depois de o episódio virar notícia, Nilmara foi tirada da TV e reconduzida à Secretaria da Casa Civil, onde trabalhava, por nomeação, até março passado. Cintra não quis se manifestar pessoalmente.

Por meio de nota, o defensor do diretor da Fundtur, o advogado Luiz Renato Adler, assim se manifestou:

“Quem pode acreditar em uma pessoa que já tem um histórico de polêmicas e denúncias que nunca se comprovam? Qual a credibilidade de uma pessoa que falsifica um comunicado para se auto solidarizar em denúncias não apuradas? Queremos que esse caso chegue até a promotoria para que essa moça deixe de proceder com esse tipo de chantagens”.

A referida falsificação tem a ver com uma carta que narra o suposto assédio, encaminhada ao chefe da Casa Civil, Sérgio de Paula, assinada pela pela Fitert (Federação Interestadual dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão).

A assessoria de imprensa da Federação, em Brasília, negou que tenha emitido alguma nota oficial acerca do caso. No entanto, afirmou que a denúncia de Nilmara estava sendo examinada pela entidade.