O suspeito afirmou que mataria os filhos 

A morte de Juliana da Silva Fernandes, de 24 anos, mobilizou moradores da Cidade dos Anjos em uma manifestação na noite deste domingo (24) no Jardim Aero Rancho. Revoltados com o crime que tirou a vida da jovem e com medo de represália por parte do assassino, a comunidade fechou ruas e ateou fogo em caixotes e pneus para pedir justiça e segurança.

Com cartazes pintados a mão, os manifestantes, grande parte delas mulheres, se reuniram no cruzamento das avenidas Presidente Tancredo Neves com Arquiteto Vila Nova Artigas. Pneus, caixotes e lixos serviram de combustível para o protesto que fechou os quatro pontos do cruzamento.

Mariana dos Santos, de 24 anos, uma das organizadoras do protesto, relatou para a equipe do Jornal Midiamax que a morte a amiga na sexta-feira (22) foi a “gota da água” para a comunidade. Ela contou que mesmo com toda a divulgação e com a polícia já investigando o caso o assassino de Juliana ligou para a família ameaçando os próprios filhos de morte e também toda a favela.

“Hoje ele ligou o dia inteiro, mesmo durante o velório. O cunhado da Juliana precisou sair para registrar boletim de ocorrência”, lembra Mariana. Nas palavras dela, o suspeito não só alegou que mataria os três filhos, de 8, 4 e 3 anos, como também afirmou que colocaria fogo na comunidade.

Para a mulher, o trabalho da polícia até agora não foi suficiente, já que o autor ainda está solto e ameaçando todos da região. “Eles falaram que não podem prender ele porque não é em flagrante e no dia demoraram mais de 30 minutos para chegar aqui”, lamenta.

Durante a manifestação, o Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar as chamas nos caixotes e o Batalhão de Choque da Polícia Militar para controlar o grupo. Assim que os militares chegaram ao local, armados com bombas de efeito moral, balas de borracha e escudos, a responsável pelo protesto foi chamada para conversar e por isso resolveu dispersar o grupo de forma pacífica.

“Amanhã vamos nos reunir novamente na rotatória da Rua da Divisão para continuar com nossas reivindicações”, afirmou Mariana.

Caso

Segundo a família, Juliana estava na frente da casa em que morava com a irmã, quando o crime aconteceu. “O ex-marido dela ficou observando, esperou eu e meu marido entrarmos em casa e aí a esfaqueou duas vezes”, lembra a irmã da jovem, Ana Paula da Silva Fernandes, de 22 anos.

Mesmo ferida, a vítima correu para o quintal da residência, mas foi seguida e golpeada novamente pelo homem. Foram mais dois golpes, até os familiares virem o que estava acontecendo e socorrerem a jovem. “Acionei o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e eles encaminharam ela para a Santa Casa”, conta Ana.

O casal foi casado por oito anos e estava separado a seis meses, mas o suspeito não aceitava o fim do relacionamente. Juliana deu entrada no hospital às 2h30, foi atendida, mas morreu às 21h35.

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