Agentes reclamam de defasagem de profissionais em manifestação

A defasagem de servidores nos estabelecimentos penais do Estado foi mais uma vez destacada pelo Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul) na tarde desta quarta-feira (20) durante manifestação dos agentes em frente ao Hospital El Kadri, local onde estão internados cinco dos seis agentes que apresentaram quadro de intoxicação nesta manhã no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande. Cerca de 20 agentes estão no local.

De acordo com o vice-presidente do Sinsap, Lourival Mota o número de servidores trabalhando hoje na penitenciária está aquém do que é necessário. Lourival destaca que a defasagem é muito grande. “Atualmente são 11 plantonistas para 2.300 presos. É por isso que tudo entra: objetos, cachaça, drogas celulares”, conta acrescentando que o suposto veneno de rato que pode ter sido usado para intoxicar os agentes pode ter entrado no presídio pelo muro.

Lourival destaca que com o fato ocorrido nesta manhã e a internação dos servidores, apenas 6 ou 7 agentes penitenciários estão trabalhando no presídio no momento no presídio. “Para se ter uma ideia para que o agente possa ir ao banheiro o administrativo sempre dá apoio. Ele pede para alguém do administrativo trocar com ele. Tá complicado a situação por lá”, ressalta.

Fazendo uma média seria cerca de 3028 detentos para casa profissional, mas há pavilhões que a situação é ainda pior. Um agente penitenciário que preferiu não se identificar conta que um dos pavilhões com cerca de mil detentos há apenas dois agentes e o problema da falta de servidores não é novo. “Os presídios estão abandonados há muito tempo, há uma super lotação principalmente na Máxima. Nós exigimos que o governo se pronuncie”, diz o agente.

André Santiago, presidente do Sinsap também acompanhava a manifestação e disse que depois de visita aos agentes no hospital pode constatar que todos estão bem e alguns podem até ter alta médica nesta quinta-feira (21). “Dois ainda estão na UTI, mas porque precisam de um cuidado mais detalhado. Os outros estão bem e podem ter alta amanhã”, conta.

Diferente do que vem sido falado, Santiago conta que o que provavelmente causou a intoxicação dos agentes não foi veneno de rato e sim um tipo de herbicida que pode ter entrado dentro do presídio tanto pelo muro quanto pela visita. Ele destacou ainda que todo esse clima de tensão é favorável aos detentos. “Eles querem manter essa instabilidade na penitenciária”, destaca.