Veículos saíram do Presídio Militar até a Vila Sobrinho

A liberação dos três policiais que estavam presos após abordagem a um adolescente de 15 anos, que tentava fugir em uma motocicleta, causou comoção entre policiais de no início da noite desta sexta-feira (22). Uma carreata reunindo cerca de 100 veículos particulares de policiais, mas com direito a batedor, viaturas da PM, motos de patrulhas e até veículos da Guarda Civil Municipal, percorreu um trajeto de cerca de 15km, desde o Presídio de Militar até o 1º Batalhão da Polícia Militar, no bairro Vila Sobrinho, unidade em que os policiais detidos são lotados.

Durante o trajeto, sirenes e buzinaço soavam incansáveis. A carreata aconteceu bem no horário de rush e atrapalhou bastante o trânsito da Capital. Ruas foram fechadas e os veículos fizeram muitas conversões erradas durante o trajeto. A carreata atraiu policiais à paisana e simpatizantes. Porém, nas ruas, o ‘evento' dividiu opiniões. Enquanto havia bastante gente aplaudindo a carreata, muitas também criticavam a ação.

“É uma situação constrangedora. Independente deles serem inocentes ou não, só o fato de terem sido presos já é constrangedor. Não há nada a comemorar ali”, declarou um senhor que não quis se identificar. Numa roda de jovens, ninguém sabia do que a carreata se tratava. Depois da reportagem explicar o ocorrido, alguns criticaram a ação. “Tanta coisa acontecendo na cidade e esse mundo de polícia aqui parado, e ainda gastando gasolina de veículo público”, comentou uma jovem, que mora nas imediações do batalhão.

Já na sede do batalhão, o clima era de festa e final de Copa do Mundo. Os PMs foram recebidos calorosamente como heróis e foram acolhidos por colegas de trabalho e família. Os três estavam presos desde a noite da última terça-feira (19) e a decisão da Corregedoria foi interpretada como um erro pela categoria, causando indignação e protestos.

Na tarde desta sexta-feira, liminares do Tribunal de Justiça concederam liberdade aos três policiais militares que foram presos na terça-feira à noite, pela Corregedoria da Polícia Militar, durante uma abordagem a um adolescente de 15 anos, que tentava fugir em uma motocicleta. As decisões foram dadas pelo desembargador Carlos Eduardo Contar. Ele substituiu a prisão por outras medidas restritivas, entre elas a determinação de que os policiais fiquem apenas em serviços internos. O magistrado também determinou que eles não se ausentem da cidade e que fiquem longa da vítima, sem contato pessoal ou por ‘terceiras pessoas'.