Grupo planejaria atentados em Olimpíada, segundo PF

O grupo preso pela PF (Polícia Federal) suspeito de ser simpatizante ao Estado Islâmico e de planejar ataques terroristas durante a Olimpíada do Rio de Janeiro, também trocou mensagens cogitando a utilização de armas químicas e a contaminação do sistema de abastecimento de água. O campo-grandense Leonid El Kadre de Melo, um dos integrantes do grupo e que foi preso na Hashtag, seria um dos líderes

As mensagens foram interceptadas pela PF no aplicativo Telegran e divulgadas em reportagem da Folha de São Paulo desta sexta-feira (2). Em e-mails que já haviam sido interceptados, Leonid convoca o grupo à jihad e fala de treinamento militar e compra de armas na Bolívia, país vizinho a Mato Grosso do Sul. Para os islâmicos, jihad significa que os muçulmanos se esforcem para fazer a palavra de Allah suprema e para estabelecer a sua religião (o islã) na Terra. Porém a Jihad muitas vezes interpretada como “Guerra Santa” com objetivo matar os não-muçulmanos. 

“Caros irmãos, vocês que estão a receber este e-mail foram escolhidos por seus posicionamentos e opiniões, seja de forma presencial, uns com os outros, ou pela internet, combatendo com palavras e evidências aqueles que insistem em transformar o ‘Islam’ (sic) em uma religião secular, desfazendo-se do nosso din. Portanto, aquele que receber este e não concordar por medo, receio, incerteza e etc, deverá mantê-lo em inquestionável segredo”, diz a convocação feita por Leonid por meio de email.

Nas novas mensagens divulgadas, Alisson Luan de Oliveira, usuário do perfil Allison Mussab, postou no Telegram a proposta do extermínio em massa. “Já imaginaram um ataque bioquímico, contaminar as águas em uma estação de abastecimento de água?” “Ótima oportunidade para matar americanos, iranianos, shiitas, saudis etc”, disse um membro do grupo em uma das mensagens. 

Hortêncio Hioshitake, perfil Teo Yoshi, sugere como alternativa um atentado igual ao ocorrido nos EUA em 2013, que deixou três mortos e 264 feridos. “Ou fazer igual os chechenos naquela maratona de Boston.” O usuário Nur Al Din transmite ao grupo receita para fazer pólvora. Salvatrucha volta à discussão explicando o passo a passo para uma bomba caseira.

Os suspeitos presos participavam de um grupo virtual denominado Defensores da Sharia e planejavam adquirir armamentos para cometer crimes no Brasil e até mesmo no exterior. Entre os suspeitos, está o campo-grandense Leonid El Kadre, que foi preso na cidade de Comodoro (MT). 

Os mandados judiciais que autorizaram a prisão dos dez suspeitos foram expedidos pela 14ª Vara Federal de Curitiba. As prisões e mandados de busca e apreensão e de conduções coercitivas foram cumpridos nos estados do Amazonas, , da Paraíba, de , Minas Gerais, do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Paraná, de Mato Grosso e do Rio Grande do Sul. Os suspeitos permanecem presos no Presídio Federal de .