Após execuções, políticos paraguaios falam até em extinção de secretaria antidrogas
Carlos Amarilla pôs em xeque papel da Senad na repressão à violência
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Carlos Amarilla pôs em xeque papel da Senad na repressão à violência
A violência enfrentada pela região de fronteira entre Paraguai e Brasil, intensificada na última semana após a execução de Jorge Rafaat Toumani na última quarta-feira (15), forçou o senador Carlos Amarilla, do Paraguai, a cobrar do presidente Horacio Cartes medidas enérgicas quando a diretoria do Senad, a Secretaria Nacional Antidrogas do país.
Amarilla pede a destituição da cúpula que comanda a Senad, sob ameaça de apresentar projeto de lei que revogara a criação do órgão – o que faria com que a Polícia Nacional paraguaia voltasse a comandar as operações de repressão ao crime organizado, em especial o tráfico de drogas, na fronteira. As declarações polêmicas foram dadas por Amarilla ao jornal paraguaio Hoy, durante coletiva de imprensa.
“Esta questão vem se rastejando há tempos, dando sinais por meses, e se manifestam em eventos violentos, como em Pedro Juan Caballero, nos quais o Senad foi inoperante”, afirmou, referindo-se aos tiroteios e execução de Rafaat. Na noite do último domingo (19), mais três pessoas foram executadas por pistoleiros, dentre elas, um brasileiro de 23 anos.
O senador também colocou em xeque a competência do presidente Horacio Cartes, que não teria sequer ideia de como resolver o problema. “O fracasso [da Senad] é claro, mas o que o presidente vai fazer, agora? Teríamos que ter ações enérgicas, tais como a exoneração dos chefes da Senad”, declarou. “Ou ele começa a dialogar ou admite que não tem condições de administrar o país. Não estou fazendo uma ameaça, mas é só isso que eu consigo enxergar. O presidente precisa ter uma carta na manga para resolver essa questão”.
O senador também afirmou que seria pouco estratégico discutir um eventual impeachment de Horacio Cartes neste momento. Porém, ele afirmou que não entende porque Francisco Vargas, ministro do Interior, e o comandante da Polícia Nacional, Críspulo Sotelo, continuam em seus cargos. Ele também acrescentou que o presidente tem que demonstrar ter controle da situação, mas que Horacio transmite a sensação de confusão no papel que desempenha como chefe de Estado.
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