Pai que fez denúncia também já se envolveu em diversos crimes

O adolescente envolvido no episódio que resultou na prisão de três policiais militares tem 15 anos, mas já é dono de um histórico de registros policiais. Ele configura como menor infrator em tentativa de roubo e estupro de vulnerável, enquanto o pai é fichado por estelionato, desobediência, porte de documento falso, coação e ameaça.

Conforme registro feito na Depca (Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente), em dezembro de 2013, o adolescente foi apontado com infrator em caso de estupro contra uma menina de 12 anos. Sob ameaças de pegar uma arma, ele forçou a colega de escola a entrar em um terreno baldio, onde violentou a menina.  Na época, a menina declarou à polícia que ainda era virgem. 

Em 2015, o jovem envolveu-se em tentativa de furto, segundo ocorrência registrada na Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento a Criança e ao Adolescente). Como vítima, seu nome está associado em um caso de importunação ofensiva ao pudor e ameaça.

O pai do adolescente é apontado como comunicante no caso de importunação contra o filho. Entre os anos de 2007 e 2015, seu nome figura em crimes como estelionato, documentação falsa, coação, ameaça e desobediência. Pelo último crime, foi preso em flagrante, quando era considerado foragido pelos crimes de estelionato. Os inquéritos policiais correm na 1ª Delegacia de Campo Grande.

A situação

Três policiais militares, lotados no 1º Batalhão da Polícia Militar de Campo Grande, foram presos em flagrante após abordagem do adolescente. A (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) investiga denúncia, feita pelos pais do menor, de lesão corporal.

Conforme a denúncia, uma viatura da PM fazia rondas na tarde desta terça-feira (20), quando abordou dois rapazes, sendo um deles o adolescente em questão, em atitudes suspeitas. Segundo relatado no processo, o rapaz que já tem passagens pela polícia, desceu do veículo enquanto o piloto da moto fugiu. De acordo com a Corregedoria, a viatura foi atrás do motociclista, não conseguiu alcançá-lo e então retornou e abordou novamente o adolescente.

Na abordagem, os policiais teriam levado o jovem até um local ermo e tentado obrigar o adolescente a revelar o paradeiro do comparsa. Em relato à corregedoria, o menor afirmou que sofreu agressões por três dos quatro militares que estavam na viatura, sendo pressionado a dizer o endereço do rapaz que pilotava a motocicleta. O garoto então passou o endereço da própria casa, foi colocado na viatura e levado ao local, uma residência no Jardim Imá, região oeste da Capital.

Conforme informado pela família do adolescente, após perder a viatura de vista, o pai, Silvio Garcia, ligou para o 190, contando a situação, momento em que a Corregedoria da PMMS foi acionada e o caso reportado. Algum tempo depois, o garoto, que foi deixado nas proximidades do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), voltou para casa e foi até a Corregedoria acompanhado do pai.

Os policiais negaram a ação, mas acabaram presos por conta do depoimento da vítima e de testemunhas. O caso segue em investigação pela Corregedoria e também agora por parte do Judiciário e será apurado se houve ou não exagero por parte dos policiais.

Em nota, o Comando-Geral da Polícia Militar informou que “remeteu os autos do flagrante lavrado ao Juiz competente, que após análise, decidirá sobre o relaxamento da prisão ou não, e um Inquérito Policial Militar foi aberto para, minuciosamente, apurar todas as elementares envolvidas na ocorrência”.