A família afirma que houve negligência durante o atendimento da criança 

Luiz Irio Ferreira, de 36 anos, e Roseli Barbosa, de 30 anos, procuraram a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga, região sul de Campo Grande, na manhã desta quarta-feira (18), acompanhados pelo presidente da Associação de Vítima de Erros Médicos de Mato Grosso do Sul, Valdemar Moraes. A família alega ter havido negligência da equipe de enfermeiros no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul).

De acordo com os pais do bebê, o menino de 9 meses nasceu com hemofilia e por conta disso necessita de tratamento contínuo. “Ele estava em casa quando começou a passar mal na quinta-feira (12). Trouxemos para o hospital para que ele fosse medicado”, explica Luiz e completa que, “ele ficou internado, porque os enfermeiros não conseguiram achar a veia do pescoço da criança por oito vezes”.

O menino começou a ter o quadro agravado e com isso, a medicação foi aplicada na mão, recordam os pais. No sábado (14), o bebê começou a ter dificuldades para respirar. “Eles tentaram achar a veia do pescoço do meu filho de novo, quando percebi que havia um hematoma grande. Eles disseram que era assim mesmo e que era pra eu ir pra casa”, conta à mãe que caiu no choro.

O pai da criança revela que, a esposa tentou conversar com a equipe a respeito de um medicamento chamado por eles de “Fator 8”. “Ela pediu que aplicasse outro, pois este não estava resolvendo, e eles disseram que não poderiam sem a autorização do médico do menino. Ela pediu que ligasse para ele ou chamasse outro médico para uma nova avaliação, mas ela foi ignorada. Eles a mandaram de volta para casa, dizendo que ela não iria ajudar em nada por lá”, diz a equipe do Jornal Midiamax.

Na manhã de domingo (15), a mãe do menino recebeu uma ligação para que comparecesse ao hospital. “Ao chegar lá, minha esposa foi avisado de que nosso filho estava morto”, lembra.

A família questiona a negligência da equipe em não chamar outro médico para avaliar a situação do bebê para que o medicamento fosse trocado. Por orientação da Associação, o casal esteve nesta manhã registrando a ocorrência.

Retorno

A equipe do Jornal Midiamax ligou na manhã desta quarta-feira (18) para a assessoria do HRMS, para saber o que teria ocorrido, eles informaram que, “o hospital vai abrir uma sindicância a partir de hoje para apurar o atendimento do menino de nove meses. A princípio o quadro da criança era grave, por se trata de hemofilia, uma doença onde a pessoa tem dificuldade para que o sangue coagule, por conta disso, este seria o motivo do hematoma no pescoço da criança”.

A assessoria também informou que, “a aplicação do ‘Fator 8’ é comum e específica para este tipo de tratamento e que ele deve ser aplicado com injeções. Com base nisso, o hospital acredita que não houve problema durante o atendimento do menino, porém abre uma sindicância para apurar o caso, designando uma equipe para o procedimento”.