Robson Martins tenta prisão domiciliar

A Justiça quer saber se há, em forças de segurança pública de Mato Grosso do Sul, uma cela – ou sala de Estado Maior – apta a receber o ex-vereador Robson Martins, preso por extorsão em meados de abril e suspeito de integrar rede de exploração sexual de adolescentes, como parte de um sistema de chantagem e extorsão. Ele tenta prisão domiciliar.

Em despacho da segunda-feira (4), o juiz da 7ª Vara Criminal de Competência Especial, Marcelo Ivo de Oliveira, mandou oficiar o CMO (Comando Militar do Oeste) e o Comando Geral da Polícia Militar, “com urgência, acerca da existência de instalações e comodidades condignas para abrigar o requerente, considerando que o mesmo é advogado devidamente inscrito no quadro da OAB/MS”.

Por fim, o magistrado ainda manda perguntar se há, no sistema prisional, “acomodações que atendam as necessidades” de Robson Martins. Isso porque, no pedido de relaxamento de prisão, a defesa do ex-vereador alega que não há, atualmente, uma “sala de Estado Maior” para abrigá-lo.

O MPE (Ministério Público Estadual) emitiu parecer no qual sugere à Justiça negar prisão domiciliar a Robson Martins. No entanto, a Promotoria entende que o ex-vereador, por ser advogado, pode ir para uma cela especial.

No pedido, a defesa alega que Robson tem diabetes, pressão alta e depressão. A Promotoria também recomenda que seja feita uma avaliação médica no preso.

Robson Martins foi preso em flagrante em 16 de abril, juntamente com o empresário Luciano Pageu, no momento em que extorquiam R$ 15 mil do então vereador (sem partido, ex-PSL). A extorsão seria para manter sob sigilo vídeos nos quais o parlamentar aparecia fazendo sexo com duas adolescentes.

As jovens, por sua vez, teriam sido aliciadas por Fabiano Viana Otero, funcionário de Luciano, como parte de um esquema que visava justamente extorquir figuras públicas na cidade. Elas gravavam os programas sexuais em micro-câmeras escondidas.

Fabiano foi preso dias depois. Alceu Bueno foi indiciado por favorecimento à exploração sexual, deixou a direção do partido e renunciou ao cargo na Câmara Municipal.

Além de Alceu, o ex-deputado estadual Sérgio Assis (sem partido, ex-PSB) também foi indiciado. Ambos teriam, mediante pagamento em dinheiro, mantido relações sexuais com duas adolescentes.