Desde segunda-feira (22) o clima no local é tenso

A Força Nacional de Segurança chegou a Coronel Sapucaia, distante 380 quilômetros de Campo Grande, no final da tarde desta sexta-feira (26) para interferir nos conflitos entre indígenas e fazendeiras da região. Desde segunda-feira (22), quando uma das fazendas foi ocupada, o clima no local é tenso.

O reforço policial foi autorizado pelo Ministério da Justiça. Várias denúncias, tanto por parte dos indígenas, quando dos fazendeiros, foram relatadas durante a semana. Segundo o site Gazeta News, populares acusaram os índios de saquearem suas casas.

Do outro lado, os indígenas do acampamento de Kurusu Ambá,alegaram que na última quarta-feira (24) houve um ataque ao grupo, onde vários tiros foram disparados contra eles. Além disso, crianças e mulheres teriam sofrido tentativas de atropelamento.

Durante a ação, barracas teriam sido totalmente queimadas. Segundo o coordenador do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), Flávio Vicente Machado, lideranças do acampamento informaram que três indígenas e um bebê estão desaparecidos.

Ainda segundo o site, nesse sábado o comando da 3ª Companhia Independente de Polícia Militar irá deslocar uma equipe de policiais militares para a região para ajudar nas buscas a criança que estaria desaparecida no local da invasão.

Ocupação

O coordenador do Cimi explicou ao Jornal Midiamax que havia um acordo para que fazendeiros deixassem a região da Fazenda Madama, no entanto, a Polícia Federal não acompanhou a saída dos produtores rurais.“O acordo é que os fazendeiros sairiam e retirariam todos os bens e os gados, mas isso não aconteceu. Sabemos que o clima está bastante tenso”, declara.

De acordo com Flávio, a ocupação representa 120 guaranis-kaiowas que estavam refugiados na Aldeia Taquaperi, onde vivem outros dois mil indígenas e que o suposto ataque e desaparecimento de pessoas serão investigados. Em 2007, uma ansiã do grupo teria sido assassinada a tiros durante um conflito.

Outras duas ocupações foram realizadas na terça-feira (23) em Aral Moreira, a 402 quilômetros da Capital. Trabalhadores teriam sido retirados das propriedades rurais e a ocupação seria retaliação à morte de um ‘cacique' em outra fazenda da região.