Festa é cancelada, artistas ficam sem cachê e evento termina em barraco em hotel
Os músicos acusam os organizadores de “calote”; a organização nega.
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Os músicos acusam os organizadores de “calote”; a organização nega.
O que seria uma festa, terminou em confusão e suposto “calote” em Campo Grande. De acordo com artistas contratados pela organização da “Festa Vous – Nuit blanche”, o evento não aconteceu, os cachês não foram pagos e a polícia foi chamada ao hotel.
Segundo o dj Lenin Mats, do Rio de Janeiro, os djs e bailarinos performáticos chegaram à cidade na sexta-feira (20) e foram contratados para animar o evento que ocorreria no sábado (21), na Mansão Spasso Park. Eles teriam sido mantidos em uma área restrita do Excellence Plaza Hotel até as 2h30 da madrugada, quando teriam sido levados ao local da festa.
Por lá, ao contrário do que teria sido combinado, os artistas encontraram apenas uma mesa com um computador e uma caixa de som. “Não havia iluminação para os bailarinos e nem equipamento para os djs tocarem. Os convidados que estavam chegando davam meia-volta e iam embora”, diz o músico.
Os artistas foram levados de volta ao hotel e por lá permaneceram até a manhã deste domingo (22) quando deveriam retornar às suas cidades. “Eles desapareceram. A gente ligava e ninguém atendia. Já havia vencido a diária do hotel e não pagaram, por isso os funcionários não deixavam a gente sair. Ficamos no hall esperando eles aparecerem”, conta.
Lenin explica que foi contratado há três meses. O contratante teria se comprometido a pagar o cachê, cerca de R$ 800, e as passagens. Segundo o dj, ele estaria “escondido” no hotel e se recusava a conversar com o grupo. “Ele estava em um quarto escondido. Nós pedimos para os funcionários não deixarem ele sair e chamamos a polícia”, conta.
Os militares teriam orientado os artistas a registrarem um boletim de ocorrência na delegacia. O grupo se dirigiu para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento) do Centro, onde, de acordo com a versão apresentada por eles, teriam sido impedidos de registrar o caso. “O delegado teria pedido para um agente nos informar que o boletim não poderia ser registrado porque não há um crime. Tivemos que ir embora sem o registro”, conta.
Por volta das 11 horas da manhã, o pai do contratante, identificado pelos artistas como um coronel, teria ido ao hotel entregar as passagens e se comprometeu a pagar os cachês. “Ele disse que pagaria, mas não pagou”, disse.
O outro lado
A reportagem do Jornal Midiamax entrou em contato com o contratante, que negou ter desrespeitado o contrato firmado. Ele explicou que a festa foi cancelada por conta de dois parceiros que teriam desistido do evento, mas que nenhum acordo foi descumprido. “Os pagamentos estão agendados pela nossa contabilidade e não há nada de errado”, disse.
Ainda segundo ele, seu advogado acompanha o caso e deve tomar as medidas cabíveis. No fim da tarde deste domingo, o Grupo Point emitiu nota ao público. No material, eles lamentam o cancelamento da festa, mas não mencionam qualquer ocorrido com os músicos.
(Editado em 19 de abril de 2016, por plena liberalidade do Jornal, nos termos da lei 13.188/2015. O conteúdo não foi questionado e todos os envolvidos foram devidamente ouvidos)
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