Fazendeiros ‘se incomodam’ e registram na polícia visita do MPF e Funai

O fato ocorreu em Antônio João

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O fato ocorreu em Antônio João

Roseli Maria Ruiz, de 57 anos, e o marido, Pio Queiroz Silva, procuraram a Polícia Civil de Antônio João, a 402 quilômetros de Campo Grande, para relatar uma ‘visita’ inesperada de procuradores da República e agentes da Funai (Fundação Nacional do Índio). Os proprietários da Fazenda Barra registraram um boletim de ocorrência por preservação de direito.

Segundo informações do registro policial, em relato, Roseli disse que por volta das 17 horas de quarta-feira (14), um carro do MPF (Ministério Público Federal) e outro da Funai entraram na Fazenda Barra. A fazenda foi uma das propriedades ocupadas por indígenas durante conflitos em agosto e, posteriormente, retomada pelos fazendeiros.

Ainda conforme o boletim de ocorrência, oficiais do Exército e do DOF (Departamento de Operações de Fronteira), que fazem policiamento na região desde o dia 29 de agosto para evitarem novos conflitos, foram questionados pelos procuradores sobre o que faziam no local. Eles afirmaram que faziam apenas reconhecimento da área.

Já por volta das 18 horas, Pio Queiroz questionou os procuradores, que ele identificou como Marco Antônio Delfino, de Dourados e Ricardo Pael Ardenghi, de Ponta Porã, sobre o que estaria acontecendo. Conforme relato de Roseli, os procuradores disseram apenas que apenas verificavam se houve algum dano na fazenda e tentavam levantar o valor dos possíveis prejuízos causados pelos indígenas para futura indenização.

Os proprietários da fazenda se sentiram incomodados com o ocorrido e procuraram a polícia para registrar a preservação de direito.

Ocupação

Em Antônio João, o conflito entre índios e produtores rurais chegou ao ponto máximo com a morte do indígena Semião, no dia 29 de agosto.

As ocupações na terra indígena começaram na madrugada do dia 22 de agosto, quando um grupo entrou na Fazenda Primavera. Desde então, o clima de insegurança se instalou na cidade, com indígenas acusando produtores rurais de espalharem boatos, para causar pânico e ruralistas afirmando que os índios não têm o direito de ocupar as propriedades rurais.

Os indígenas ergueram acampamentos em cinco propriedades: Primavera, Pedro, Fronteira, Barra e Soberania.