Pedidos de liberdade têm sido negados a Robson Martins e a Luciano Pageu

Os presos envolvidos no mais recente escândalo sexual em têm sofrido seguidas derrotas na Justiça na tentativa de ganhar a liberdade. Na última delas, o TJ (Tribunal de Justiça) manteve decisão no sentido de negar habeas corpus ao ex-vereador Robson Martins, em pedido que poderia beneficiar também o empresário Luciano Pageu.

Em despacho datado de sexta-feira (24), o desembargador Francisco Gerardo de Sousa ratificou liminar negada pela colega Maria Isabel de Matos Rocha durante o plantão judiciário, no dia 18, em habeas corpus impetrado por Robson Martins.

O processo em si ainda não foi julgado, ao passo que o magistrado mandou os autos para análise do MPE (Ministério Público Estadual). Também pediu informações à 5ª Vara Criminal de Campo Grande, que foi quem converteu a prisão em flagrante por preventiva.

Na quinta-feira (23), a mesma 5ª Vara Criminal da Capital também negou liminar que pedia para soltar Luciano Pageu. Diante da negativa, tramita outro habeas corpus no TJ, ainda sem julgamento. Conforme é possível verificar no sistema judiciário, o pedido está nas mãos de Francisco Gerardo, que já ratificou a outra decisão contrária à soltura da dupla.

Há, ainda, outro pedido de liberdade provisória, este apresentado pela defesa de Robson Martins, na 5ª Vara Criminal. No entanto, na quinta-feira (23) o MPE manifestou-se pela necessidade de mandar o caso para a 7ª Vara Criminal, que trata especificamente de processar e julgar crimes contra crianças e adolescentes.

O empresário Luciano Pageu e o ex-vereador Robson Martins, presos na quinta-feira (16), foram indiciados pelos crimes de extorsão, favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável e por corromper ou facilitar a corrupção de menores, cujas penas variam de um a 10 anos de prisão. Fabiano Viana Otero, que está foragido, também será indiciado pelos mesmos crimes.

No mesmo caso, o vereador (PSL) e o ex-deputado Sérgio Assis (PSB) foram indiciados pelo crime de exploração sexual de menores de 18 anos, já que teriam mantido relações sexuais com as adolescentes. O inquérito policial segue em fase conclusiva, mas a polícia já confirmou haver constatado, em fotos e vídeo, que ambos relacionaram-se com as menores.

Exploração

Durante coletiva de imprensa na quinta-feira (23), o delegado explicou que as investigações começaram depois que uma das meninas envolvidas no caso, fugiu de casa, no município de Coxim, região norte do Estado, a polícia passou a apurar uma suposta prática de exploração sexual.

Para a polícia, Fabiano Otero teria orquestrado um plano de extorsão envolvendo as duas meninas. Lauretto revelou também que dois dias antes da prisão de Robson e Luciano, advogados do vereador Alceu Bueno ficaram sabendo que o parlamentar estava envolvido no suposto caso de exploração sexual de menores e procuraram a Depca para terem acesso ao inquérito.

Foi nesse momento que Alceu decidiu procurar a polícia para registrar boletim por extorsão contra Luciano e Robson, a quem ele alega já ter pago R$ 100 mil. No dia da prisão em flagrante de Robson e Luciano, eles foram flagrados pegando mais R$ 15 mil do parlamentar.

Como os dois presos até agora negam ter recebido esta ‘primeira parcela' da extorsão, a polícia vai pedir a quebra do sigilo bancário de todos os envolvidos.