E 40% dos registrados no Estado foram solucionados, diz polícia

De acordo com a Polícia Civil, 50% dos crimes de homicídios ocorridos durante o feriado de finados em e cerca de 40% dos registrados em todo o Estado, já foram solucionados.

De acordo com o delegado geral da Polícia Civil, Roberval Maurício Cardoso Rodrigues, além das elucidações de quatro homicídios na Capital, mais dois já estão com fortes indícios de autoria. “Esses dados são positivos, pois foram concluídos quatro inquéritos em apenas dois dias, além de dois que devemos solucionar em questão de horas”, explicou o delegado que disse que uma investigação pode levar até 30 dias.

 Ainda de acordo com a polícia, se considerado os crimes deste tipo ocorridos no Estado, o índice é de 37%, dos 16 homicídios. “Campo Grande é a Capital mais segura do Brasil e o nosso índice de elucidação de crimes é de 80%, melhor do que os resultados de países como os Estados Unidos da América que é de 73%”, completou Roberval.

Ainda segundo a Polícia Civil, o índice de elucidação de crimes com mortes (homicídios e latrocínios), em Mato Grosso do Sul é de 73% e, neste caso, se iguala à taxa de resolução dos órgãos de segurança dos Estados Unidos.

Da manhã da última sexta-feira (30) até a tarde desta segunda-feira (2), Dia de Finados, a Polícia Civil de Campo Grande registrou nove mortes por arma de fogo. Só nos dois primeiros dias de novembro, domingo e segunda-feira, quatro assassinatos foram registrados em delegacias da Capital. Neste feriadão, o número de homicídios já supera a média de um mês, considerando os dados de janeiro a outubro.

De acordo com dados da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul), até outubro foram 88 mortes na Capital, média de 8,8 por mês. Segundo os registrado, os meses de janeiro, fevereiro, julho e outubro foram os mais violentos do ano, quando 11 mortes foram relatadas à polícia em cada um deles. Março vem logo atrás na estatística, com 10 homicídios dolosos, seguido por abril e setembro, com nove vítimas, agosto com oito e por último maio e julho, com sete mortes cada um.

Casos

Todas as vítimas deste feriadão eram homens, com idade entre 18 e 30 anos, o que confirma os dados estatísticos, segundo os quais os assassinados, em geral, são pessoas em idade ativa. Na maioria dos casos os assassinatos ocorreram devido a motivos fúteis, após desentendimentos.

Na tarde de sexta-feira (30) Wellington Goveia Barbosa, de 19 anos, foi morto com um tiro no abdome em frente a uma residência no Jardim Centenário. Segundo informações do boletim de ocorrência, a vítima e um colega estavam sentados na calçada da casa, localizada na Rua Santa Quitéria, quando um rapaz de bicicleta se aproximou e efetuou os disparos contra ela.

Barbosa chegou a correr por alguns metros, mas logo caiu no chão. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado e tentou reanimar a vítima, que não resistiu e morreu dentro da viatura do socorro. A Polícia Militar e uma equipe do SIG (Setor de Investigação Geral) DPC (Departamento de Polícia da Capital) também foram chamadas e identificaram o possível autor dos disparos.

O caso foi registrado como Homicídio Simples na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Piratininga e será investigado.

Na manhã de sábado (31) Hércules Antônio Martins Melo, de 21 anos, morreu depois de ser atingido por dois tiros no rosto e um de raspão nas costas no Jardim Colibri, região sul da Capital. Moradores da região ouviram os disparos de arma de fogo e encontraram o corpo do jovem. A vítima caiu no cruzamento das ruas Michel Calarge com João Scarano.

Segundo declaração do irmão de Hércules à polícia, o rapaz já havia sido ameaçado por duas pessoas, moradoras do Jardim Colibri. Os pais da vítima foram informados sobre o crime e a mãe, ao lamentar,  disse que era “culpa das drogas”. Com a vítima foram encontradas porções de pasta base de cocaína, um cachimbo e cigarros.

No mesmo dia, Marcelo Augusto Matsubara, de 24 anos, foi morto a tiro na Rua 13 de Junho, nas proximidades do cruzamento com a Rua Júlio Dittmar, Bairro São Francisco. O policial civil aposentado Luiz Carlos Ortiz, de 58 anos, se apresentou à polícia como autor do crime e alegou que o disparo foi acidental.

Segundo ele, a vítima e um amigo observavam a residência de sua mãe e por isso decidiu realizar a abordagem aos indivíduos. Ainda, conforme citado no boletim, na ação o policial sacou a arma porque a dupla foi para cima dele.

Ortiz relatou que Marcelo tentou tirar a arma de sua mão, quando acidentalmente ocorreu o disparo, atingindo e levando a vítima à morte. O caso foi registrado como morte a esclarecer e será investigado pela delegacia de área.

Um homem identificado apenas como ‘Gordinho’, morreu ao ser atingido por quatro tiros durante uma festa social na Rua Bras Pina, esquina com a Rua Frei Caneca, no Jardim Noroeste. O crime aconteceu na madrugada de sábado (31).

Conforme registro policial, testemunhas contaram que estavam reunidos em uma residência, em uma “festinha de amigos”, quando alguém efetuou vários disparos de arma de fogo. A vítima foi encaminhada para atendimento médico, mas não resistiu. Nenhuma testemunha soube relatar o que aconteceu no momento do crime.

Já no domingo (1º) Evaldo Guilherme Fragoso Soares, de 30 anos, detento do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, foi morto no momento em que saía do presídio para visitar a família. Ele saiu do local na garupa de uma motocicleta, quando na altura dos trilhos que passam pela região, ele foi atingido por diversos tiros de pistola 9 milímetros.

A vítima, que segundo a Polícia Civil fazia parte do PCC (Primeiro Comando da Capital), foi ferida com pelo menos quatro tiros nas costas. O piloto da motocicleta na qual a vítima estava desapareceu.

Na tarde de domingo, Lucas Lima Alves, de 22 anos, foi morto com cinco tiros na cabeça na Rua Juruá, no Bairro Guanandi. Segundo informações apuradas pela equipe do Jornal Midiamax no local, a vítima foi atingida por dois tiros à queima roupa na cabeça, e quando já estava no chão o autor disparou mais três tiros também na cabeça. Um deles acertou de raspão o rosto do jovem.

Lucas já possuía passagens pela polícia e havia sido liberado do Presídio de Trânsito da Capital, onde cumpria pena por tráfico de drogas, há seis meses.

Na noite do mesmo dia, Gultierre Brites Lima, de 18 anos, foi morto no Jardim Anache. O pode ter ocorrido após uma discussão por conta de supostos furtos na borracharia onde a vítima trabalhava. Gutierre foi morto com cinco tiros, sendo três no rosto e dois no tórax. Consta no registro policial que o suspeito seria José da Costa, de 42 anos, patrão da vítima.

Diego de Oliveira, de 21 anos, conhecido como Zóio, morreu depois de trocar tiros com um policial à paisana na madrugada desta segunda-feira (2), por volta das 4 horas, na frente de uma casa noturna, localizada na Avenida Ernesto Geisel, no Bairro Amambaí, área central de Campo Grande.

A vítima teria ameaçado um segurança e afirmado ser do PCC depois de ser expulsa do local. Segundo o boletim de ocorrência.  ele saiu da casa noturna, mas retornou armado e disparou contra os seguranças.

Neste momento o policial, lotado no Batalhão de Choque da Polícia Militar, se identificou e pediu para que o jovem entregasse o revólver. Em vez disso o suspeito apontou a arma para o PM, que revidou e feriu Oliveira. Zóio chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu.

Na manhã desta segunda-feira um homem, que ainda não identificado, foi encontrado morto na MS-040, a aproximadamente três quilômetros do anel rodoviário, em Campo Grande, com três ferimentos de arma de fogo.

Moradores de um acampamento encontraram o corpo caído com duas marcas de tiros nas costas e uma na cabeça e acionaram a PM (Polícia Militar). O Corpo de Bombeiros também compareceu ao local e constatou a morte. O caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga como homicídio simples e o crime será investigado.