Caso de estupro em MS leva à prisão de suspeita de “negociar” crianças

O homem foi preso depois de divulgar vídeos com a ex-enteada de 7 anos

Uma mulher de 41 anos foi presa nesta quinta-feira (22) em Santa Fé do Sul, município de interior de São Paulo, por envolvimento com pedofilia. Ela e o floricutor de 35 anos, preso no dia 9 de outubro em Campo Grande por violentar a ex-enteada de 7 anos e distribuir vídeo com a menina via WhatsApp, trocavam imagens do estupro e de pornografia infantil.

Após a prisão do suspeito, a equipe de investigação da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) descobriu que o homem enviava as imagens do estupro para uma adolescente de 12 anos, moradora do interior de São Paulo. Ele recebia fotos nuas dela e de uma criança de 5 anos. O inquérito efetuado na Capital foi encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil de Santa Fé do Sul, que passou a investigar o envolvimento dos dois.

Na casa, a mãe da adolescente entregou o aparelho, e afirmou inicialmente que apenas a filha falava com o suspeito. No entanto, em depoimento na delegacia, ela acabou confessando que também conversou com o homem. “Assim que entramos na casa, a suspeita entregou o tablet e falou: o que vocês querem está aí, vou falar a verdade”, lembra o delegado Higor.

No tablet foram encontradas imagens da menina de 7 anos abusada em Campo Grande, da neta e da filha da suspeita e fotos de outras crianças, que ainda não foram identificadas.

De acordo com o delegado Paulo Sérgio Lauretto, titular da Depca de Campo Grande, quando foi detido o floriculturista contou que começou a trocar mensagens com a adolescente, mas que em determinado momento a mãe dela assumiu as conversas se passando pela filha. Quando resolveu falar quem era, a mulher propôs que ela e a menina fossem morar com ele no fim do ano, depois do término das aulas.

Ainda conforme o delegado, em troca de imagens com a ex-enteada o suspeito recebia vídeos e fotos da adolescente e também da sobrinha dela, de 5 anos de idade. Nas fotos, a menina fazia “poses sensuais” e até segurava vibradores.

Com provas concretas da divulgação do vídeo do estupro, Lauretto espera aumentar a pena do floricutor, que foi indiciado por estupro de vulnerável e vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente, conforme o artigo 241 do Eca (Estatuto da Criança e Adolescente).

Já a mulher, segundo o delegado Higor, também foi autuado no artigo 241 do Eca, e vai responder por corrupção de menores. Ainda conforme o delegado, a adolescente de 12 anos será ouvida para obter mais detalhes do caso.

Relembre o caso

O homem foi preso na manhã do dia 9 com as malas prontas em sua residência no Jardim Canguru, região sul de Campo Grande, depois que as imagens chegaram ao conhecimento da polícia. O suspeito disse que teve um relacionamento com a mãe da menina há quatro anos e que durou dois anos.

Ainda assim ele manteve contato com a garota através do avô dela que, segundo a Polícia, é namorado da mãe dele. No Feriado da Independência, no dia 7 de setembro, a mãe da menina saiu de casa, então, ele aproveitou a oportunidade e atraiu a criança para o quarto, abusou dela e filmou.

Ainda segundo o delegado, as cenas são repulsivas. No vídeo, ele ejacula nas partes íntimas da menina, mas, ainda de acordo com Lauretto, a conjunção carnal ainda não foi confirmada. A criança ainda disse em entrevista que já foi abusada outras vezes pelo floricutor.

O ex-padrasto já tem passagens por tráfico de drogas e furto. Ainda segundo o delegado, o homem disse que já foi usuário de drogas.