O professor de língua portuguesa da Escola Estadual Joaquim Murtinho

O professor de língua portuguesa da Escola Estadual Joaquim Murtinho, Francisco Borges da Silva, de 39 anos, está desaparecido desde a noite do domingo (9). Ele estava licenciado do colégio onde trabalhava, por conta da saúde, e com este tempo livre dava continuidade ao doutorado, que era realizado fora do Estado.

 

Descrito como carismático, generoso e inteligente, o professor fazia questão de estar sempre atualizado e tentava aguçar nos alunos esta paixão pelos estudos. A pesquisa dele era voltada a mapear o Bairro Amambai, região central de Campo Grande, e um dos mais antigos.

 

Ele buscava pelos primeiros moradores, para fazer um paralelo a respeito dos costumes destas pessoas, tema voltado à língua portuguesa, na área em que lecionava. A vontade por mais um diploma veio logo após a conclusão do mestrado.

 

Investigação

 

Amigos do professor dizem que ele fazia questão de ajudar a família e não escondia isso de ninguém. Ele é o caçula de 11 irmãos e a mãe está internada desde a semana passada quando soube do desaparecimento do filho. A família foi orientada a não falar com a imprensa, por conta das investigações.

 

Um das linhas exploradas pela DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios) é o crime de latrocínio, roubo seguido de morte. Inclusive a polícia conseguiu recuperar o celular da vítima, havia uma mensagem que foi passada por MSN, que teria feito Francisco sair de casa, no Bairro Vale do Sol.

 

O educador saiu de casa por volta das 20 horas no dia 9. Ele dirigia o Gol, branco, placas OOL-9955, de Campo Grande (MS), modelo 2015. Francisco foi visto por último no Bairro Monte Castelo, região norte de Campo Grande.

 

O professor tinha recém-comprado o carro, mais uma conquista do esforço, conforme informações dadas por amigos. Ele chegou a ir até a escola estadual onde estava lotado para mostrar o veículo aos colegas.

 

Preocupação

 

Não só a família está em desespero por notícias do professor, mas colegas e ex-alunos que se uniram nas redes sociais para compartilhar fotos e pedidos por informações do paradeiro dele. “Foi uma surpresa o desaparecimento”, conta a acadêmica de Direito, Mariana Barbosa, de 19 anos.

 

Ela diz que foi jantar com a mãe e outros familiares em um restaurante localizado próximo da Avenida Ceará, no dia 7, e chegou a ver o professor. “Não fui aluna dele, mas sabia quem ele era, pois estudei no Joaquim Murtinho e minha mãe foi coordenadora lá. Ele era umas das pessoas que minha gostava de conversar por conta da inteligência. Ela dizia que o assunto sempre era proveitoso”, explica.

 

A jovem disse que em um determinado momento, a mãe saiu do restaurante para fumar e lá fora, encontrou o professor. “Eles ficaram conversando por um bom período, até porque fazia um bom tempo que minha mãe não o via. Quando ela voltou para a mesa, ela até comentou que o viu”, recorda.

 

Mariana ressalta que a família dela e amigos estão preocupados com o desaparecimento dele. “Na terça-feira (11), minha mãe recebeu uma WhatsApp falando do sumiço dele, a princípio ela achou estranha a informação até porque o vimos no restaurante. Então, ela entrou em contato com quem mandou a mensagem e por causa de matérias veiculadas na imprensa, descobriu que a informação infelizmente era verdadeira”, diz.

 

A jovem tem postado várias matérias em sua página pessoal nas redes sociais e com ajuda de amigos tem compartilhado o pedido de informação pelo paradeiro de Francisco. “Ele era um professor muito gente boa, quem estudou no Joaquim Murtinho não tinha como não conhecê-lo”, o define.

 

Serviço

 

A Polícia Civil chegou a pedir imagens do circuito de segurança do condomínio e do entorno onde mora o professor, uma das formas de tentar entender o sumiço dele. Notícias sobre o paradeiro dele ou do veículo podem ser informadas aos telefones (67) 3318-9045 ou (67) 3318- 9047.