Acusado de matar mulher e enterrar no fundo de quitinete conta sua versão à polícia

Rafael London Marques da Silva, 27, acusado de matar e enterrar a ex-mulher, Márcia da Costa Moreira, 34, prestou depoimento e relatou o crime à policia. Quando foi preso em flagrante disse que permaneceria calado e só falaria em juízo, contudo contou sua versão dos fatos à delegada, Magali Leite Cordeiro Pascoal, no 2º Distrito Policial de Dourados.
Ele disse que o crime aconteceu na madrugada do dia 9 de novembro durante uma discussão. Na qual ele agrediu a esposa na cabeça com um ‘porrete’, depois disso que a colocou em um saco de lixo e levou o corpo para ser enterrado no fundo da quitinete, onde morariam.
O advogado do acusado, entregou à polícia um laudo psicológico dizendo que o Rafael fazia tratamentos e precisaria ser encaminhado para psiquiatria ou psicologia.
Depoimento
Rafael London Marques da Silva contou que morou por dois anos em Curitiba e lá conheceu Márcia em uma festa noturna, com quem namorou por cerca de oito meses. Eles decidiram morar juntos e para ‘fugir’ do aluguel resolveram se mudar para Dourados, onde morariam três meses no fundo da casa do pai dele e depois se mudariam para uma quitinete, já que ele e a irmã são donos de um conjunto de quitinetes no Jardim Márcia.
No depoimento o acusado disse que o casal tinha algumas discussões, mas a relação era harmônica e trabalhavam juntos, fornecendo marmitas. Moravam no mesmo quintal do pai dele e com isso começaram a ter discussões, pois o pai dizia que o casal gastava demais. Outras discussões também ocorriam, porque Márcia era ciumenta e toda vez que ele saia sozinho os dois brigavam.
Com as discussões constantes eles iriam mudar-se para a quitinete, mas Márcia não gostou do local, pois nas proximidades não teria lugar para trabalhar e teriam prostitutas morando perto.
No dia 8 de novembro o filho da vítima, de 13 anos, pediu para dormir na casa de um colega e o casal deu a autorização. Naquela noite eles foram jantar em um restaurante e permaneceram fora até às 2h da madrugada do dia 9.
Quando voltaram para a casa começaram a discutir, por volta das 3h, pois eles teriam que mudar para a quitinete de qualquer forma e a convivência não estava boa com o pai dele.
A discussão se agravou, o acusado entrou no quarto e Márcia foi atrás dele. Então ele pegou um porrete e agrediu ela com alguns golpes na cabeça. No relato, ele não soube dizer quantos foram os golpes.
Com a agressão ela caiu desmaiada e sangrava muito. O acusado pegou um saco de lixo e colocou o corpo dela dentro, antes disso amarrou as mãos dela e o pescoço com um fio para que se encaixasse no saco.
Colocou o corpo no porta-malas do carro, foi até a quitinete onde moraria e ali enterrou a vítima.
Segundo Rafael da Silva, não foi preciso cavar o buraco, pois o terreno havia sido aterrado e tinha uma elevação, então o acusado colocou o corpo na parte mais baixa e o cobriu com terra e tábuas, cobrindo novamente com mais terra, na madrugada de sábado. Depois de enterrar o corpo retornou para casa.
O enteado voltou no dia seguinte da casa do amigo e ao perguntar da mãe teve como resposta que ela estaria internada no hospital. Após alguns dias o menino foi embarcado em um ônibus para Curitiba para ficar com a família da mãe.
A vítima foi dada como desaparecida, com isso ele vendeu o carro da mulher para uma loja de sucata, para manter a versão do desaparecimento.
Ele contou que limpou o local do crime com água e água sanitária, depois pegou a madeira e um lençol utilizado para a limpeza do local, colocou dentro de um saco de lixo e jogou fora.