Delegado diz que mandante da morte de Rocaro foi empresário

Motivo político seria a causa da morte do jornalista Paulo Rocaro, assassinado em uma emboscada em 12 de fevereiro de 2012. Em uma coletiva direcionada à imprensa, o delegado responsável pelo inquérito sobre a morte do jornalista, Odorico Mendonça, informou que o mandante do crime foi o empresário Cláudio Rodrigues de Souza.

Conforme foi apurado, o problema foi uma disputa interna dentro do Partido dos Trabalhadores. Paulo Rocaro e Cláudio Rodrigues teriam tido uma discussão e o jornalista afirmado que realizaria matérias com o intuito de expor a ficha criminal de ‘Claudinho’ e de como o crime organizado estaria trabalhando para se infiltrar no ramo da política na fronteira.

O mandante contratou Luciano Rodrigues de Souza e Hugo Estancarte para executarem Paulo Rocaro. E na noite de 12 de fevereiro, quando o jornalista dirigia um Fiat Idea pela avenida Brasil cinco, dos doze tiros disparados o atingiram. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.

Na coletiva, o delegado disse que em maio de 2012 já se sabia quem eram os executores e o mandante, mas o Judiciário entendeu que as provas ainda eram frágeis, necessitando ser mais consistentes. Por isso, a divulgação só agora.

O delegado lembrou que quando se trata de crime de pistolagem, não basta chegar aos executores, é necessário descobrir o mandante e que o empenho de todos, policiais, peritos, delegados, foi de grande importância para a investigação.

Poder e Política

As investigações começaram a partir dos últimos passos da vítima. “Iniciando pelos últimos passos da vítima chegamos ao motivo do crime que era as eleições de 2012. Em seus últimos dias de vida, Rocaro participou de várias reuniões políticas até o encontro com um de seus opositores, que apesar de estar no mesmo partido, tentava lançar candidatura à prefeitura pelo PT. Nessa disputa, dois nomes se destacaram dentro do partido, sendo do ex-prefeito Vagner Piantoni e da advogada Sudalene Machado Rodrigues, onde a campanha a favor de Piantoni era dirigida por Paulo Rocaro e a da Sudalene, pelo seu esposo Cláudio Rodrigues e Souza”, informou o delegado na coletiva.

A intenção do grupo liderado por Rocaro era de suprimir as prévias do PT. Descontente com o fato, Claudio Rodrigues de Souza procurou a vítima na véspera do crime. Eles discutiram e o jornalista afirmou que realizaria algumas matérias com o intuito de expor a ficha criminal de Claudinho e de como o crime organizado estaria trabalhando para se infiltrar no ramo da política na fronteira. Foi aí que foi decidido a morte do jornalista, informou o delegado.

Há gravações, segundo a polícia, onde Cláudio Rodrigues afirma que seu sonho era ganhar uma eleição em Ponta Porã. As conversas foram gravadas por ele mesmo, já que isso era do seu hábito gravar todas as conversas, tanto com seus comparsas, quanto com políticos e jornalistas. O gravador foi apreendido durante busca e apreensão em seu comércio.

“Nesses diálogos, Claúdio Rodrigues diz que vai torturar determinada pessoa, comenta obre o homicídio, brinca com um político a respeito de mandar matar o Paulo Rocaro de forma irônica, intimidação de outro político e testemunha do caso”, falou o delegado.

Odorico disse que os executores eram “cupinchas” de Cláudio Rodrigues, sendo de sua inteira confiança. “Em relação ao mandante e aos executores não resta nenhuma dúvida”, concluiu o delegado Odorico Mesquita. (Com informações do Cone Sul News)