Com greve da polícia, oficiais fazem rondas e presídio fica sem soldados nas torres

Autoridades tiveram muitos problemas para atender ocorrências sem os praças e investigadores. Informação extraoficial garante que quatro foram presos pela adesão à greve.

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Autoridades tiveram muitos problemas para atender ocorrências sem os praças e investigadores. Informação extraoficial garante que quatro foram presos pela adesão à greve.

Mesmo quem não está muito por dentro do assunto, sabe que os policiais civis e militares estão lutando por melhorias salariais. É nítida a camiseta preta indicando o movimento grevista em diversas delegacias da cidade, bem como o ‘aquartelamento’ por parte dos militares. Agora o que muita gente não sabe é como está difícil realizar as tarefas cotidianas com os servidores parados.

A reportagem visitou algumas unidades policiais na manhã desta terça-feira (21), logo após representantes das duas categorias desafiarem delegados e tenentes a assumirem o serviço e tomou conhecimento até da prisão de servidores, principalmente pela adesão ao movimento grevista.

“Faço rondas e hoje as motos estão paradas. E assim que chegamos na Assembléia Legislativa, obtivemos a informação de que quatro policiais, sendo do 1° e tático do 10° BPM (Batalhão da Polícia Militar) foram presos. O tenente estava com as ordens de prisão na mão e os ordenaram a trabalhar e esquecer a greve”, afirma ao Midiamax um cabo que prefere não se identificar.

Vários outros servidores confirmaram a informação e disseram que a assessoria jurídica da ACS e BM/MS (Associação de Cabos, Soldados da Polícia e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul) já está resolvendo a questão.

“Nosso advogado foi ao 10° BPM verificar o fato. Este tipo de retaliação acreditamos que só vai acirrar a tropa e também vai de encontro com o diálogo que o governador André Puccinelli (PMDB) disse estar proposto”, fala o vice-presidente da ACS, Cláudio Souza.

Bate-grade

Outra informação de um soldado da Companhia de Guarda e Escolta é que o Estabelecimento Penal de Segurança Máxima ficou sem servidores nas dez torres e com isso os presos estariam fazendo um ‘bate-grade’. O fato ocorreu no momento do banho de sol, quando eles perceberam a possível facilidade para fuga.

“Essa questão o presidente da ACS também chamou os guardas para ver quem de lá iria aderir a greve e quem pode ficar”, diz Souza.

Já nas delegacias de Polícia Civil, os problemas ficam por conta da não realização dos boletins de ocorrência em algumas unidades. Muitas vezes, sem a presença do delegado por perto, os servidores que ficam nas unidades dizem que não estão fazendo o registro por conta da greve.

“Ontem por exemplo um senhor teve o notebook roubado em uma lanchonete dentro de uma grande supermercado. A empresa falou que não cobraria dele, porém precisava do registro da ocorrência. E ele corre o risco de ter de pagar porque as duas delegacias que visitou, os policiais se negaram a fazer o atendimento”, diz um investigador da Polícia Civil.

Pouco avanço

A categoria, que compareceu em ‘peso’ na Assembléia Legislativa, não teve muitos avanços. Segundo o presidente da ACS, Edmar Soares, o governo do Estado aumentou em 1% o reajuste oferecido para o próximo ano.

O percentual nem passará por assembléia da categoria, que decidiu manter o ‘aquartelamento’ e ainda convocar os policiais do interior do Estado para permanecer em Campo Grande. A votação dos valores deveria ocorrer hoje, mas foi adiada para a quarta-feira (22).

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