Menos de cinco meses se passaram e Dilcleber Aparecido da Silva, 41 anos, está em liberdade. Em um trabalho de investigação de 2007 a 2012, a Polícia Civil descobriu cinco estupros de sua autoria, suspeitando ainda de mais vítimas. Na ocasião, pela violência empregada nas mulheres, o fato causou indignação nos moradores do bairro Chácara das Mansões e também nas delegadas que conduziram o inquérito policial.

“Quem é que não fica indignada? Tivemos todo um trabalho policial para prendê-lo e em pouco tempo ele é solto. Então, logo depois que ficamos sabendo que ele está em liberdade, entramos em contato com o Ministério Público Estadual. Entendemos que não foram analisadas todas as provas, nem ao menos a narrativa das vítimas arrastadas, que foram muito fortes”, afirma a delegada titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher), Rosely Molina.

Pela quantidade de vítimas, entre elas uma idosa de 68 anos, Molina diz que é necessário se reconsiderar a soltura do homem que ficou conhecido como o ‘maníaco da Chácara das Mansões’. “Temos os exames de DNA e a confissão do autor. Com todas essas circunstâncias, entramos em contato com o poder judiciário para poder fazer o nosso apelo”, conta a delegada Molina.

Da mesma maneira pensa a delegada Marília de Brito. “Estupro é um crime hediondo e ficamos perplexos com a soltura do Diocleber. A sensação é que o trabalho foi em vão e por isso entramos em contato com a promotora para o nosso recurso. A decisão vai agora para o Tribunal de Justiça”, comenta a delegada adjunta da Deam, Marília de Brito Martins.

O alvará de soltura saiu no dia 17 de julho. Diocleber estava preso desde o dia oito de março, logo depois de ter ‘atacado’ uma frentista de 30 anos no bairro Chácara das Mansões.

Autor foi preso logo após estuprar uma frentista que retornava do trabalho

Diocleber era casado e dizia a esposa que iria ‘caçar tatus e buscar mandiocas durante a madrugada’. Ele levava apetrechos em uma mochila, como cordas, luvas e com o tempo foi aperfeiçoando o modo de agir. Na ocasião também foi descoberto que o homem tinha problemas de ereção e por isso passava mais de horas em cima da vítima.