Três agentes penitenciários estão na carceragem da Polícia Civil acusados de corrupção e serão levados até amanhã para a Papuda, presídio de Brasília. Sérgio Vieira Campos, acusado de chefiar o esquema de corrupção, trabalha há quase 30 anos na polícia. Faltavam 10 dias para ele se aposentar. O agente está no topo da carreira, com salário de R$ 11,8 mil.

Antônio Amilton Marinho Crema tem 25 anos de serviço público – cinco deles na polícia. A Corregedoria não informou o salário; mas, pelo tempo de serviço, é estimado em R$ 7,2 mil. O terceiro é Luiz Pereira de Souza. Ele tem15 anos de polícia e salário não foi informado.

Eles trabalhavam no Centro de Progressão Penitenciária, no SIA, onde os presos do regime semiaberto voltam para dormir depois de passar o dia fora. Segundo a denúncia, os agentes falsificavam os registros de retorno dos detentos.

Os policiais passaram a ser investigados pela Corregedoria em abril do ano passado, depois de denúncia de colegas que não participavam do esquema. Segundo a polícia, os agentes cobravam de R$ 200 a R$ 500 por noite que os detentos passavam fora da . Alguns ficavam até três dias seguidos fora – ao custo de R$ 1,5 mil.

De acordo com a Corregedoria, 49 presos teriam pagado propina aos policiais. Um deles ajudava a recrutar outros detentos e recebia uma comissão por isso. Eles vão voltar ao regime fechado e responder por corrupção ativa. Os agentes podem pegar até 16 anos de prisão. A pena pode ser aumentada em um terço por se tratar de policiais.

Os policiais respondem por corrupção passiva, formação de quadrilha e podem ser expulsos da corporação. “Vão responder procedimento administrativo disciplinar e, se condenados, ao final, eles então irão para a rua. A pena é de demissão”, declara a corregedora da Polícia Civil Cláudia Alcântara.