Polícia tem lista com 12 suspeitos de matar juíza, diz desembargador

Após participar de uma reunião com a chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Martha Rocha, e o secretário de Segurança, Mariano Beltrame, o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), desembargador Nelson Calandra, adiantou neste sábado que as autoridades fluminenses já trabalham com uma lista de 12 suspeitos iniciais para o assassinato da […]

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Após participar de uma reunião com a chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Martha Rocha, e o secretário de Segurança, Mariano Beltrame, o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), desembargador Nelson Calandra, adiantou neste sábado que as autoridades fluminenses já trabalham com uma lista de 12 suspeitos iniciais para o assassinato da juíza Patrícia Acioli. Sem entrar em detalhes para não atrapalhar as apurações, ele ressaltou que o foco da investigação recai principalmente sobre pessoas condenadas por Patrícia, que ainda não foram presas.

“Ela combateu duramente o crime organizado com prisões de mais de 60 pessoas”, disse Calandra ao ser questionado pelo Terra sobre as suspeitas de envolvimentos de milicianos no crime. O magistrado recebeu das autoridades do Rio a garantia que a investigação “terá um desfecho em breve”.

Perguntado sobre as chances de policiais militares ou ex-PMs terem apoiado a ação criminosa, Calandra lembrou: “É notável que os executores tinham excelente treinamento de tiro. Tinham extrema precisão para que os tiros atingissem regiões vitais da vítima.”

O presidente da AMB ressaltou que informações periciais e o histórico da região onde o crime ocorreu auxiliam na identificação de suspeitos. “Se você olhar o local onde ela foi morta, já é possível se tirar alguma conclusão.” Ao obter dados sobre as primeiras apurações sobre os casos, Calandro criticou a legislação penal. “Hoje em dia, pessoas são condenadas e saem pela porta da frente. É uma lei penal que favorece a libertação de pessoas perigosíssimas. Muitas vezes, a pena leva 11 anos para ser cumpridas”.

Em rápida manifestação à imprensa durante a manhã, Martha Rocha voltou a ressaltar que a corporação dá prioridade máxima para o caso da juíza Patrícia Acioli, mas salientou a necessidade de sigilo nas apurações. “Este é um momento de silêncio. O caso está sendo investigado e será concluído o mais rápido possível. É um caso muito importante para o Estado do Rio”, afirmou.

Até o momento, 18 pessoas foram ouvidas no inquérito sobre o primeiro caso de execução de um juíz da história do Estado do Rio. Companheiro de Patrícia, o policial militar Marcelo Poubel, prestou depoimento durante mais de seis horas na DH na última sexta-feira. Cerca de 20 policiais civis estão nas ruas procurando pistas dos assassinos da magistrada.

Já o disque-denúncia da Polícia Civil contabiliza nas últimas horas um total de 42 ligações de pessoas que querem repassar informações sobre o assassinato da juíza Patrícia Acioli. Segundo Borges, antes do crime havia 37 denúncias protocoladas no disque-denúncia relacionadas ao trabalho da magistrada, conhecida por condenar PMs e milicianos.

Juíza estava em “lista negra” de criminosos A juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, por volta das 23h30 do dia 11 de agosto, na porta de sua residência em Piratininga, Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, ela foi atacada por homens em duas motos e dois carros. Foram disparados pelo menos 15 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista.

Patrícia, 47 anos, foi a responsável pela prisão de quatro cabos da PM e uma mulher, em setembro de 2010, acusados de integrar um grupo de extermínio de São Gonçalo. Ela estava em uma “lista negra” com 12 nomes possivelmente marcados para a morte, encontrada com Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso em janeiro de 2011 em Guarapari (ES) e considerado o chefe da quadrilha. Familiares relataram que Patrícia já havia sofrido ameaças e teve seu carro metralhado quando era defensora pública.

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