Centenas de policiais entraram em confronto com manifestantes hoje na Praça Tahrir, no Cairo, capital do Egito, quando as forças de segurança tentaram encerrar uma manifestação, iniciada há vários dias. O episódio de violência ocorre apenas nove dias antes do país realizar a primeira eleição após a queda do presidente Hosni Mubarak.
Em cenas que lembram os 18 dias de protestos que colocaram fim ao regime de Mubarak, manifestantes jogaram pedras contra os policiais e uma multidão cercou e incendiou um veículo da polícia. As forças de segurança usaram balas de borracha, gás lacrimogêneo e cassetetes para tentar liberar a área, onde um pequeno grupo estava acampado. Depois disso, outros manifestantes chegaram ao local. Ainda não está claro o número de presos ou feridos. Os protestos continuavam no início da noite (no horário local).
Ontem, dezenas de milhares de pessoas se reuniram na Praça Tahrir para protestar contra o conselho militar que governa o Egito. Os manifestantes são contra tentativas dos militares de se auto concederem poderes especiais sobre o futuro governo eleito.
Os militares aceitam manifestações durante o dia na praça, mas alegam que os acampamentos paralisam a cidade. Grupos de defesa dos direitos humanos estimam que quase 12 mil pessoas foram julgadas em tribunais militares desde a queda de Mubarak.
Embora estejam unidos contra a proposta de dar qualquer poder aos militares, políticos islâmicos e liberais brigam entre si para conseguir votos na eleição parlamentar que deve começar no dia 28 de novembro. Os vencedores vão ajudar a escolher quem vai escrever a nova Constituição do país.