Em nota, Superintendência diz que teme ação de indenização dos envolvidos, por isso não divulga os nomes; eles tentavam extorquir empresa (foto) em R$ 12 mil

A superintendência da Polícia Federal, em Dourados, por meio da assessoria, informou que não vai divulgar os nomes do policial federal, de um contador e de um servidor da Receita Federal, indiciados por suposto de crime de extorsão contra um empresário da cidade, para evitar que os implicados no caso movam ações contra a União.

Sexta-feira passada, o servidor da Receita, um motorista que se dizia auditor, foi preso na saída de um escritório de contabilidade com uma bolsa cheia de dinheiro, algo perto de R$ 12 mil, fruto da extorsão.

Detalhe: o dono do escritório, suposto comparsa do policial e do motorista, presta serviço para a empresa extorquida.

O motorista que mentia ser auditor da Receita teria ido à empresa Douralub, perto da região central, que negocia lubrificante, e dito ao dono que ali havia irregularidades, sem mencioná-las. Essa visita teria ocorrido na quinta-feira.

Os dois entraram no depósito e saíram de lá apontando as supostas ilegalidades, mas já sugerindo o esquema. No caso, o empresário daria uma importância pelo “silêncio” deles.

Num diálogo com o empresário, cujo nome também não fora divulgado pela PF, a dupla pediu R$ 50 mil, negócio não aceitado de imediato. Em outras conversas, já na sexta-feira, os supostos chantagistas teriam concordado em receber R$ 12 mil pelo esquema.

E o dinheiro foi entregue no escritório do contador da empresa, flagrado por policiais federais que espionavam a cena. Ainda assim, os nomes dos implicados foram preservados pela superintendência, que assim concluiu a nota: “porém, reafirma [superintendência] que todas as ações legais estão sendo rigorosamente efetuadas, com indiciamento de todos envolvidos e que, no caso do Policial Federal foi aberto Processo Administrativo Disciplinar para apurar sua conduta.”.  Se condenados, os envolvidos podem pegar penas que variam de 2 a 8 anos de reclusão.