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Polícia

Juiz militar é preso por roubo de cabos telefônicos no Rio

Quando as autoridades de segurança pública levantam a voz contra a corrupção policial e defendem medidas exemplares contra os maus servidores, têm, entre outros objetivos, o de zelar para credibilidade das instituições – e, por conseqüência, dos próprios agentes. Em meio a dois casos de repercussão nacional que envolvem suspeitas de pagamento de propina – […]
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Quando as autoridades de segurança pública levantam a voz contra a corrupção policial e defendem medidas exemplares contra os maus servidores, têm, entre outros objetivos, o de zelar para credibilidade das instituições – e, por conseqüência, dos próprios agentes. Em meio a dois casos de repercussão nacional que envolvem suspeitas de pagamento de propina – o caso Rafael Mascarenhas e a invasão ao Hotel Intercontinental – a Polícia Militar se vê diante de um novo episódio que atinge em cheio a relação de confiança entre a população e os homens fardados. Na madrugada de sexta-feira, dois oficiais da corporação, um deles, o capitão Lauro Moura Catarino, 33 anos, foram presos em flagrante dando cobertura a uma quadrilha que roubava cabos de telefonia na Praia de Botafogo, na zona sul.

O crime em si, cometido por policiais, já é altamente condenável. O que se revelou em seguida, no entanto, superou as perspectivas mais pessimistas de dano à imagem da PM fluminense: Catarino, horas antes, na quinta-feira, havia julgado os policiais acusados de cobrar propina no caso Rafael Mascarenhas, na condição de juiz da Auditoria Militar. Ou seja: um oficial graduado, em quem a PM e a sociedade depositaram confiança para combater e julgar maus policiais, atuava, ele próprio, acobertando bandidos.

Com o furto de cabos da operadora Oi Catarino e seus comparsas lucrariam por mês 300 000 reais, cerca de 10 000 reais em cada noite de saques aos dutos da companhia.Além do capitão, integravam o esquema o também capitão Marcelo Queiroz dos Anjos, do Batalhão de Choque (BPChoque), e dois ex-soldados da PM: Walter Dias Filho, 47 anos, e José Fernando dos Santos, 44. O primeiro foi expulso da PM por extorsão e, o segundo, por roubo. Funcionários terceirizados da Oi também atuavam no bando, num total de 11 acusados.

Funcionários envolvidos – Delegado titular da delegacia responsável pelas investigações, Alan Luxardo, da 9ª DP (Catete) disse a VEJA.com que a quadrilha era a maior do estado em furto de cabos. “Era muito bem estruturada. Havia os mentores, que eram os oficiais, e a parte técnica, que sabia exatamente que fios cortar. Os fios ativos não eram cortados, porque causariam uma pane geral no sistema. Por isso, cortavam os inativos”, explicou Luxardo.

A juíza da Auditoria Militar, Ana Paula Barros, determinou o afastamento de Catarino do Conselho Permanente de Justiça Militar. O comandante-geral da PM do Rio, coronel Mário Sérgio Duarte, abriu um procedimento disciplinar para expulsar os dois policiais. Eles serão autuados por furto e formação de quadrilha, podendo pegar até sete anos de prisão. Como foram acusados de furtar bens de uma empresa privada, o caso será julgado pela justiça comum.

Os presos se recusaram a prestar depoimento e só falarão em juízo. Duarte garantiu que não vai esperar o resultado das investigações da Polícia Civil para tomar providências e ordenou prioridade para o caso. Em nota, o coronel da PM diz que os fatos “apresentam robustez suficiente para a convicção de que os oficiais estão diretamente envolvidos neste crime”. No mesmo documento, o oficial afirma ser “inadmissível que policiais pagos com dinheiro público para proteger a população e bens privados e públicos se envolvam em atos como os descritos”.

A Oi informou, em nota, que vai colaborar com as investigações da polícia e acompanhará o caso até o final. Em um prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 20, um Conselho de Justificação da Polícia Militar do Rio vai decidir se os capitães Lauro Moura Catarino e Marcelo Queiroz dos Anjos serão expulsos da corporação. Após a conclusão, é preciso que o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, aprove e encaminhe a decisão ao Tribunal de Justiça do Estado do .

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