O Centro de Defesa dos Direitos Humanos Marçal de Souza (CDDH) levou ao conhecimento da Corregedoria Geral de Justiça, por meio do desembargador Josué de Oliveira, informações sobre o caso do índio da nação terena, Sebastião Moreira Rodrigues, 26 anos, que está detido na delegacia de Bonito. Ele teve o pedido de revogação de prisão preventiva revogada, mesmo depois que sua ex-companheira retirou denúncia onde a mesma o acusava de violência sexual contra uma menina de dois anos e oito meses.

Por conta da denúncia, Sebastião Moreira afirma que foi espancado dentro da delegacia de Bonito, inclusive na presença do delegado Roberto Gurgel de Oliveira Filho, que também teria dito que caso não confessasse o crime o colocaria numa cela com outros detentos para que estes violentassem o indígena.

Desesperado, o indígena tentou suicídio na sala do delegado. Ele utilizou uma faca que estava em cima de uma prateleira para cortar o próprio pescoço.

Depois desta sequência de fatos que praticamente penalizaram o indígena sem provas, a ex-companheira de Sebastião foi até a procuradoria de justiça e afirmou que acusou o indígena de ter violentado sua filha, enteada do terena, porque sentia muito ciúmes dele com uma cunhada e queria faze-lo sofrer por isto.

Mesmo com a declaração da ex-companheira de Sebastião, o pedido de relaxamento da prisão foi negado pela juíza Paulline Simões de Souza. A magistrada determinou que ao invés de ser solto, que o indígena permaneça preso em uma cela isolada. “A entidade {CDDH} entende que o Sebastião não está seguro preso em uma cela separada. Afinal, ele está denunciando os operadores da segurança pública de Bonito, que são os mesmos responsáveis pelo local onde está detido”, diz Paulo Ângelo de Souza, presidente do CDDH.