Um passo para igualdade

*Marcelo Carneiro dos Santos

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Em 2024, o 20 de novembro, Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, será celebrado como feriado nacional pela primeira vez na história. Originalmente criado por jovens universitários negros do Rio Grande do Sul, o movimento por uma data em que o protagonismo seja verdadeiramente dos negros surge para reforçar a luta por liberdade e prega direitos iguais em todos os setores da sociedade.

Essa forma de visibilidade é importante, principalmente para a valorização cultural de elementos afro-brasileiros. O samba, as religiões de matriz africana, a capoeira e outras danças tradicionais como exemplo deste legado, transmitido de geração a geração. Negar a herança africana, é negar o próprio Brasil. A cultura africana faz parte da nossa origem, dos nossos antepassados e da nossa história, e isso influencia o nosso modo de viver.

O mês de novembro oferece uma oportunidade valiosa para refletir e discutir questões raciais e de identidade dentro das universidades. A disciplina de educação física, por exemplo, pode ser uma boa porta de entrada para introdução de elementos da cultura africana, como as danças e as práticas corporais em geral.

Dentro da sala de aula é uma oportunidade para explorar atividades dos esportes e das danças de matriz africana, como a capoeira e o samba, que têm raízes profundas na história do povo negro e são exemplos poderosos de resistência e preservação cultural. Para o professor é relevante não apenas ensinar a técnica, mas também contextualizar o valor histórico e cultural dessas práticas, abordando a história do movimento negro e das lutas por reconhecimento e espaço dentro do esporte e da sociedade como símbolo de resistência.

Temas como a representatividade de atletas negros, os estereótipos raciais e como o preconceito afeta tanto a prática quanto o acesso ao esporte em diferentes níveis também merecem espaço na discussão. As universidades têm importante papel em desenvolver pesquisas que investiguem o impacto do racismo na saúde física e mental da população negra, além de estudar como as barreiras raciais influenciam o acesso a práticas esportivas e oportunidades profissionais.

Promover a valorização da herança africana no Brasil exige um compromisso diário de todos, não apenas no ambiente acadêmico, mas também no dia a dia. A herança africana está presente em inúmeros aspectos da nossa cultura, como a música, a dança, a culinária, a linguagem, as religiões e as artes, mas, infelizmente, muitas dessas influências ainda são pouco reconhecidas ou valorizadas como merecem, vejo que há muitos avanços ainda necessários para promover a inclusão e a valorização da população negra no Brasil.

*Marcelo Carneiro dos Santos é docente da Estácio e mestre em educação física.

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