O Rio é nacional
O Rio é a segunda cidade de mineiros e de boa parte do norte, nordeste e centro-oeste. Os paulistas já não usam o Rio, como foi até os anos 1980, para veraneio, praia. Resultado da Imigrantes, que facilitou a viagem ao Guarujá e litoral norte. Na zona sul e Barra da Tijuca, estima-se cerca de […]
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O Rio é a segunda cidade de mineiros e de boa parte do norte, nordeste e centro-oeste. Os paulistas já não usam o Rio, como foi até os anos 1980, para veraneio, praia. Resultado da Imigrantes, que facilitou a viagem ao Guarujá e litoral norte. Na zona sul e Barra da Tijuca, estima-se cerca de 30 mil imóveis de proprietários que vivem fora do estado ou mesmo do país. Na orla de Ipanema e do Leblon, onde estão os mais caros imóveis da cidade, um quinto seria de estrangeiros e brasileiros de outros estados. Por isso, recuperar a cidade destruída pela crise e gestão medíocre nos últimos quatro anos, ganha relevância nacional. O Rio tem sido esquecido pelo presidente, onde teve oito mandatos e seus dois filhos. Mas até agora nada foi feito, inclusive nas estradas de acesso que estão sucateadas.
Um administrador experiente como Eduardo Paes tem de ser pragmático. Ele sabe que foi eleito por esta marca e não por articulações políticas. Anda convocando gente que não vai estar com ele em 22 ou 24.
O seu futuro não dependerá dos acenos a uns e a outros, mas sim dos resultados na administração municipal. E o Rio precisa ser olhado pelo lado do desenvolvimento econômico, da atração de polos no setor de serviços, no fortalecimento do turismo, no olhar para a zona sul e o centro como regiões geradoras de recursos e empregos e não como mera paróquia eleitoral formadora de opinião. Lavrou um tento chamando o liberal Chicão Bulhões, deputado eleito pelo Novo.
O comércio deveria ter horários mais flexíveis, até por motivo de segurança pública, mantendo as ruas mais movimentadas no início da noite. E incentivar, inclusive com áreas concedidas, locais de convívio para a terceira idade, para os que vivem só.
Os cuidados com a imensa população de rua poderiam ser entregues a entidades religiosas, de todos os credos, que receberiam uma bolsa e fariam a gestão. Evidente que uma entidade religiosa não vai correr o risco da desmoralização pela via de má gestão de recursos públicos para atender a pessoas em estado de abandono. Esta gestão privada de acolhimento, noturno inclusive, criaria uma rede de proteção, com geriatras, terapeutas e psicólogos, sem aumentar a folha municipal. E incentivaria doações dos seguidores das religiões que participassem.
Os templos possuem sempre uma área construída que pode servir de base para o trabalho. A Prefeitura daria pouco, receberia muito e não teria de se preocupar em gerir situações tão diferentes, em que a burocracia torna impossível de ser bem resolvidas. As iniciativas simples costumam dar respostas rápidas e positivas.
Uma distribuição de horários de diferentes atividades poderia influir muito na melhoria da mobilidade urbana, descongestionando o transporte público. Nem tudo depende de recursos financeiros. O Rio precisa de pragmatismo e ficar atento ao elitismo dos que preferem uma boa mídia a uma boa atuação. Votamos em Paes certos de que ele sabe o que fazer. Mas não custa nada alertar.
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