Integralismo para ignorantes
Aristóteles Drummond, articulista e escritor, discorre sua livre opinião, a respeito de fatos e acontecimentos do Brasil e mundo.
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Recentemente, vi nas redes sociais postagem com comentários de pessoas supostamente com um mínimo de cultura ridicularizando o Integralismo, que era abordado por alguém do ponto de vista histórico. Observações preconceituosas, procurando exorcizar um movimento que contou com apoio de parcela respeitável da população, em especial nos meios intelectuais.
Vivendo seu auge nos anos 1930, em que a sociedade brasileira, como a mundial, estava muito dividida entre comunistas e anticomunistas, com um espaço mínimo, talvez de uns 20%, para democratas e liberais. Assim foi que, para deter a escalada da União Soviética, a Espanha optou pelo General Franco, a Itália, por Mussolini, Portugal, por Salazar, e o Brasil, por Vargas? Este se apresentou como terceira via, mas, na verdade, teve o Estado Novo montado pelo conservador Francisco Campos. Áustria, Hungria e Dinamarca foram outros países que se situaram mais à direita, em oposição as investidas de Moscou.
No Brasil, Plínio Salgado, alvo da chacota de quem nada conhece do assunto, líder do movimento, seu ideólogo maior, era um intelectual de vanguarda, presente na Semana da Arte Moderna, como grande romancista. Aliás, o movimento reuniu o que havia de mais admirável entre nossos homens de saber, como Miguel Reale, Gustavo Barroso, Raimundo Padilha, Padre Hélder Câmara, Alceu Amoroso Lima, Gerardo Mello Mourão, Alberto Cotrim Neto, Guido Mondin, Antonio Gallotti, e San Tiago Dantas, entre outros. O último, muito jovem, é autor de excelentes textos, alguns reproduzidos nos preciosos Escritos Políticos, organizado por Pedro Dutra e editado recentemente. Muitos, como San Tiago, migraram para a esquerda, mas ridicularizar a passagem deles pelo movimento seria ignorância das circunstâncias da época.
O fato de o Integralismo ter acabado? Plínio morreu em 1979, mas foi deputado até 1975? E as teses daquele momento terem perdido toda e qualquer validade, não elimina o papel que exerceu naqueles anos e a contribuição para que o Brasil não tivesse vivido anos de tensão com o movimento comunista. Este, aliás, também reunia notáveis intelectuais, militares, lideranças operarias.
A visão da história não pode ser emocional, radical, mas, sim, conhecida e avaliada. Não se pode negar ao terrível Stálin, que matou dezenas de milhões na União Soviética, o mérito de ter sido importante na derrota do nazismo, por exemplo.
Ridicularizar o movimento é desmerecer um brasileiro que ganhou admiradores de direita como de esquerda e que era brilhante, respeitado e estimado como San Tiago Dantas. Entre tantos outros.
Fica o registro!!!
*Articulista e escritor
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