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Mundo

Trump arma discussão no Salão Oval com presidente da África do Sul

Há algum tempo o governo americano investe na narrativa de que os brancos são perseguidos na África do Sul
Agência Estado -
Donald Trump (Andrew Harnik/Getty Images)

As reuniões no Salão Oval da Casa Branca costumavam ser protocolares e cordiais. Com Donald Trump, porém, se tornaram episódios de reality show. Nesta quarta-feira, 21, foi a vez do presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, cair na arapuca do americano, que mostrou um vídeo e prints de um suposto “genocídio” contra a minoria branca sul-africana.

Há algum tempo o governo americano investe na narrativa de que os brancos são perseguidos na África do Sul. Eles são 7% da população e, até 1993, comandaram o país de acordo com o apartheid, uma segregação racial brutal mantida por leis que consideravam os negros como cidadãos de segunda classe.

Desde a eleição de Nelson Mandela, em 1994, a África do Sul se transformou em uma democracia multirracial e o novo governo empreendeu um gigantesco programa de inclusão dos negros na economia, o que incomodou parte da elite branca nacionalista e conservadora, especialmente na zona rural.

Em 12 de maio, o governo americano recebeu 49 brancos sul-africanos como refugiados – apesar de ter suspendido a política de acolhimento de refugiados de outras partes do mundo. A ideia de um “genocídio branco” é impulsionada por Elon Musk, conselheiro de Trump, que é sul-africano. Não há, no entanto, qualquer prova de perseguição política.

Atrito

Em fevereiro, a Casa Branca suspendeu toda a ajuda à África do Sul, em resposta a uma lei adotada pelo governo sul-africano que abria caminho para a expropriação de propriedades privadas – de brancos ou negros – sob alegação de “interesse público”, para desenvolver projetos de infraestrutura ou redistribuição de terras.

Em seguida, Trump emitiu um decreto para “promover o reassentamento de refugiados brancos que escapam da discriminação racial patrocinada pelo governo, incluindo o confisco de propriedades”. Com isso, a Casa Branca ficou vulnerável a críticas de que havia suspendido os pedidos de refúgio para latinos, asiáticos e africanos, e concedido aos sul-africanos apenas por serem brancos.

Vídeo

Ontem, era a chance de Trump provar sua tese de genocídio. O encontro com Ramaphosa seguiu o protocolo, com a conversa aberta à imprensa marcada por amenidades sobre golfe e política externa. Mas o clima ficou constrangedor quando o americano mandou reduzir as luzes e exibiu vídeos que “provariam” que há “um banho de sangue” contra os brancos na África do Sul.

A delegação sul-africana assistiu perplexa. Ramaphosa parecia desconfortável, esfregou as mãos no rosto e se remexeu na cadeira, olhando para o chão. Os jornais americanos compararam o momento com o bate-boca protagonizado por Trump e o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, no mesmo local em fevereiro.

“Estes são locais de sepultamento, bem aqui”, disse Trump, apontando para a tela – na verdade, as cruzes brancas haviam sido colocadas por ativistas em um protesto contra assassinatos em fazendas. Ramaphosa questionou se o presidente americano sabia de onde eram as imagens. “Não”, respondeu Trump.

Durante toda a reunião, Trump não deu ouvidos aos representantes sul-africanos, fazendo caretas quando eles tentavam explicar que crimes brutais também acontecem com os negros na África do Sul. Ele prestou atenção apenas quando dois golfistas sul-africanos brancos – Ernie Els e Retief Goosen – e o bilionário Johann Rupert, também um sul-africano branco, confirmaram que o crime era um problema geral.

No fim, Trump se irritou com a pergunta de um repórter sobre ter aceitado um avião de US$ 400 milhões do Catar, que será adaptado para uso como novo Air Force One. “Desculpe, não tenho um avião para lhe dar”, disse Ramaphosa, provocando risadas e quebrando temporariamente a tensão. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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