ONU acusa Paraguai pela morte de duas meninas durante operação militar em 2020

Adolescentes foram atacadas durante ação contra a guerrilha em Yby Yaú; Governo alega legítima defesa

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Presidente do Paraguai à época, Marito, ao centro, foi ao local da operação (Foto: Polícia Nacional)

Relatório do Comitê da ONU sobre os Direitos da Criança responsabiliza o Paraguai pelo assassinato de duas adolescentes de 11 anos. O crime ocorreu em setembro de 2020, em Yby Yaú, no Departamento de Concepción. Na época a operação foi elogiada pela presidente Mario Abdo Benítez, o ‘Marito’.

Segundo a ONU, as mortes das meninas constituem uma grave violação do direito à vida e aconteceram em decorrência de uma investida militar contra o EPP Exército Popular Paraguaio. Lilian Mariana Villalba e Maria Carmen Villalba, foram executadas pela Força-Tarefa Conjunta.

“Esta violação é ainda agravada pelo facto de o Paraguai não ter realizado uma investigação aprofundada, o que sugere negligência grave ou encobrimento intencional”, afirma o relatório do comité de 18 peritos e juristas, divulgado na quarta-feira (22).

Ainda segundo o comitê da ONU, Lílian e Maria foram enterradas às pressas, e a Justiça paraguaia exigiu sua exumação três dias depois, quando foi confirmado que eram mais jovens do que as autoridades inicialmente indicaram.

O relatório também diz que autópsia “encontrou ferimentos de bala na frente e nas costas dos corpos, mas a perícia não conseguiu estabelecer a distância a que os projéteis foram disparados porque as roupas das meninas foram destruídas”.

Durante as investigações, o comitê presidido pela sul-africana Ann Marie Skelton entrevistou 32 pessoas, incluindo testemunhas e membro do exército paraguaio, como o comandante da Força-Tarefa Conjunta.

O governo paraguaio, em resposta ao Comitê, conforme publicação da Agência EFE, disse que lamento a perda destas duas vidas, mas contesta as conclusões sobre ações arbitrárias das autoridades, alegando defesa prestada pelas forças de segurança.

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