A formatura da Universidade de Nova York (NYU) virou notícia — e não pelos motivos tradicionais. O estudante Logan Rozos teve o diploma retido após usar seu discurso de encerramento para falar sobre a situação na Palestina e acusar Israel de genocídio na Faixa de Gaza.
Rozos foi escolhido pela própria turma para discursar na cerimônia da Escola Gallatin, mas, segundo a universidade, ele teria apresentado um texto diferente do que realmente falou no palco. Resultado: a NYU classificou o ato como quebra de compromisso e anunciou que o diploma dele está “segurado” enquanto avalia possíveis punições disciplinares.
Na fala, Rozos disse que não poderia ignorar “as atrocidades que estão acontecendo na Palestina” e chamou o que acontece em Gaza de genocídio, citando ainda o apoio político e militar dos Estados Unidos a Israel.
“Falo por todas as pessoas de consciência, todas as que sentem o dano moral desta atrocidade”, disse o estudante. O público reagiu de forma mista: teve aplauso de alunos e até professores no palco, mas também algumas vaias.
NYU diz que ele desrespeitou regras
Depois da cerimônia, o porta-voz da NYU, John Beckman, soltou um comunicado dizendo que o aluno “mentiu sobre o discurso que iria fazer” e que violou as regras da universidade.
“A universidade está retendo seu diploma enquanto buscamos ações disciplinares”, afirmou. Beckman disse ainda que o momento da formatura foi “roubado” e que a fala “abusou de um privilégio concedido”.
A biografia de Rozos, inclusive, desapareceu do site da Escola Gallatin na noite do dia seguinte à cerimônia.
Repercussão em meio ao clima tenso nos EUA
A decisão da NYU acontece num contexto de muita tensão nos campi dos EUA. Nos últimos meses, estudantes têm organizado protestos pró-Palestina em diversas universidades, e, em várias delas, como a própria NYU, houve repressão, prisões e sanções contra alunos e professores.
Só na NYU, segundo o jornal estudantil Washington Square News, já foram abertos mais de 180 processos disciplinares relacionados a protestos sobre a guerra em Gaza.
RELEMBRE O CONFLITO
A guerra atual teve início em outubro de 2023, quando o grupo Hamas atacou Israel, deixando 1.200 mortos e levando 251 reféns, segundo o governo israelense.
Desde então, Israel vem promovendo bombardeios intensos na Faixa de Gaza. De acordo com o Ministério da Saúde do território, mais de 53 mil palestinos foram mortos — número que inclui civis e militantes. Israel diz ter matado 20 mil combatentes do Hamas até agora.
Diploma suspenso
Rozos se formou em Crítica Cultural e Economia Política e era membro da trupe de teatro da escola. Ele foi escolhido pelos colegas para discursar e, apesar da suspensão do diploma, ganhou apoio de grupos pró-Palestina.
O Conselho de Relações Islâmico-Americanas pediu que a NYU libere o diploma do estudante e defendeu o discurso como um “ato de consciência”.
Enquanto isso, grupos pró-Israel continuam pressionando para que estudantes ativistas sejam punidos — alguns até chegaram a entregar listas de nomes às autoridades americanas para possível deportação de estrangeiros envolvidos nos protestos.
*Com informações da CNN
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