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Milhares vão às ruas na Turquia protestar contra prisão de prefeito rival de Erdogan

Ekrem Imamoglu é acusado de liderar uma organização criminosa, aceitar suborno e outros delitos financeiros na prefeitura
Agência Estado -
Reprodução/ X

Centenas de milhares de turcos protestaram no domingo, 23, à noite e prometem retornar nesta segunda, 24, em frente à prefeitura de Istambul contra a prisão do Ekrem Imamoglu, um importante rival do presidente turco Recep Tayyip Erdogan. Desses, milhares foram presos, incluindo jornalistas.

Os protestos já ocorriam todas as noites desde a quarta-feira, quando ele foi detido, mas se intensificaram no domingo, depois que um tribunal confirmou a prisão e o retirou do cargo enquanto aguarda julgamento.

A ação levou à maior onda de manifestações de rua na Turquia em mais de uma década.

Imamoglu foi preso horas antes de o principal partido de oposição, o Partido Republicano do Povo, ou CHP, designá-lo como candidato na próxima eleição presidencial.

Ele foi acusado de liderar uma organização criminosa, aceitar suborno, fraude em licitações e outros delitos financeiros na prefeitura.

Os promotores também o acusaram de apoiar o terrorismo por meio de sua coordenação política com um grupo pró-curdo durante as eleições municipais do ano passado, uma alegação que ainda está sob investigação.

Manifestantes, opositores e lideranças europeias dizem que sua prisão é um movimento político para remover um grande concorrente da próxima corrida presidencial, atualmente marcada para 2028.

Autoridades do governo rejeitam as acusações e insistem que os tribunais da Turquia operem de forma independente.

O governo também proibiu protestos nas principais cidades, limitou o acesso a sites de mídia social e inundou canais de notícias pró-governo com informações vazadas com o objetivo de indicar a culpa de Imamoglu.

Milhares são detidos

Segundo uma contagem da AFP, protestos vêm ocorrendo em 55 das 81 províncias da Turquia, ou mais de dois terços do país. Muitos deles ocorrem de forma pacífica, mas em alguns as forças de segurança usaram canhões de água e gás lacrimogêneo para dispersar os protestos.

O ministro do Interior Ali Yerlikaya disse que mais de 1.100 pessoas foram detidas e que mais de 100 policiais ficaram feridos em confrontos com manifestantes.

“Alguns círculos nos últimos dias estão abusando do direito de manifestação, tentando perturbar a ordem pública e atacar nossos policiais enquanto eles agitam eventos de rua”, disse Yerlikaya em uma publicação no X. “Tais ações visam perturbar a paz e a segurança do nosso povo.”

Há também relatos de detenção de jornalistas em suas casas, informou um sindicato de trabalhadores da mídia.

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O sindicato Disk-Basin-Is disse que pelo menos oito repórteres e fotojornalistas foram detidos no que chamou de “ataque à liberdade de imprensa e ao direito das pessoas de saber a verdade” e exigiu a sua imediata libertação.

A plataforma de mídia social X disse que estava se opondo a diversas ordens judiciais de autoridades turcas para bloquear mais de 700 contas, incluindo de organizações de notícias, jornalistas e figuras políticas na Turquia.

Prefeito pede novos protestos

Em uma mensagem nas redes sociais, o prefeito Imamoglu pediu que as pessoas se reunissem do lado de fora da prefeitura e outros locais pela sexta noite seguida nesta segunda. Ele também pediu aos jovens que evitassem confrontos e pediu à polícia que tratasse os manifestantes com gentileza. “Estou trabalhando duro, trabalharei ainda mais duro. Onde estou não importa”, disse.

Imamoglu se tornou prefeito de Istambul, a maior cidade e motor econômico da Turquia, em 2019, após derrotar um candidato apoiado por Erdogan. Ele foi reeleito duas vezes, e algumas pesquisas sugerem que ele poderia derrotar Erdogan em uma disputa acirrada pela presidência.

O Ministério do Interior disse mais tarde que Imamoglu havia sido suspenso do cargo como prefeito como uma “medida temporária”. O município nomeou um prefeito interino de seu conselho de governo.

Imamoglu foi levado para a prisão de Silivri, a oeste de Istambul, enquanto mais de 1,7 milhão de membros de seu Partido Republicano do Povo realizavam uma eleição primária, endossando-o como seu candidato presidencial. Milhões de não-membros também votaram em uma “cédula de solidariedade”, disse o partido.

Junto com Imamoglu, 47 outras pessoas também foram presas e aguardam julgamento, incluindo um assessor-chave e dois prefeitos de distrito de Istambul. Um foi substituído por um nomeado do governo. Outros 44 suspeitos foram soltos sob controle judicial.

Imamoglu prometeu lutar contra o governo, mas sua detenção não é o único obstáculo que ele enfrenta na busca pela presidência.

Um dia antes de sua prisão, sua anulou seu diploma, o que pode impedi-lo de concorrer à presidência.

Ele também enfrenta uma série de outros processos judiciais, incluindo alguns que podem impedi-lo temporariamente de fazer política.

Futuro da Turquia

A atual prisão não impede a candidatura e eleição de Imamoglu como presidente, mas uma condenação por qualquer uma das acusações o impede de concorrer.

Os movimentos contra Imamoglu são os exemplos mais recentes do que os críticos de Erdogan chamam de suas táticas cada vez mais autoritárias.

Em suas mais de duas décadas no poder, Erdogan reuniu o poder do Estado em suas mãos enquanto estendia sua influência sobre a mídia e o judiciário.

O segundo mandato de Erdogan expira em 2028. A Constituição limita os presidentes a dois mandatos completos, mas ele poderia concorrer legalmente novamente se o Parlamento convocasse eleições antecipadas e encurtasse seu segundo mandato.

Se Imamoglu, 54, conseguir escapar de seus problemas legais, isso o colocará em uma disputa acirrada com o Erdogan, 71.

O presidente não disse se concorrerá, mas não tem um sucessor claro e muitas pessoas esperam que ele o faça.

*COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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