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Milei será investigado na Argentina pelo caso ‘criptogate’

Denúncias ao Presidente argentino envolve crimes como associação criminosa, fraude e descumprimento de obrigações de servidor público
Da Redação -
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Javier Milei, presidente da Argentina. (Reprodução, Redes Sociais)

A justiça federal da Argentina investigará se o presidente do país, Javier Milei, cometeu crime ao promover em suas redes sociais uma criptomoeda que colapsou horas após seu lançamento.

Milei se viu no centro da polêmica após anunciar na sexta-feira (14), na rede social X, um projeto para financiar empresas locais, incluindo um link que encaminhava para um contrato digital de compra de uma criptomoeda criada no mesmo dia.

Pouco depois, o ultraliberal apagou a mensagem, e a Presidência esclareceu que o mandatário não tinha relação com a iniciativa.

Nesse intervalo, o preço da criptomoeda $LIBRA subiu de centavos para 4.978 dólares (R$ 28,4 mil). O valor do ativo desabou em poucas horas, ocasionando perdas bilionárias.

Um tribunal federal foi designado nesta segunda-feira para centralizar as denúncias que pedem para apurar se Milei cometeu crimes como associação criminosa, fraude e descumprimento dos deveres de funcionário público, entre outros.

“Denunciamos que Milei fez parte de uma associação criminosa que organizou uma fraude com a criptomoeda $LIBRA, afetando simultaneamente mais de 40 mil pessoas com perdas superiores a 4 bilhões de dólares (cerca de R$ 23 bilhões)”, afirmou em comunicado a organização social Observatório o Direito à Cidade, cujos advogados estão à frente de uma das ações judiciais.

Um escritório de advocacia informou, também nesta segunda-feira, que apresentou uma denúncia ao FBI e ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

“Estamos diante de uma trama de fraude em massa cometida não apenas contra nossos clientes, mas contra milhares de pessoas de diferentes jurisdições”, entre elas muitos americanos, segundo a denúncia publicada pelo jornal La Nación, que aponta para Milei e outros quatro indivíduos.

Enquanto isso, deputados opositores da coalizão União pela Pátria (peronismo) anunciaram que promoverão o impeachment contra Milei no Congresso, e outras forças políticas pedem a instauração de uma comissão de investigação e a convocação do presidente para interrogá-lo.

A Bolsa argentina caiu quase 6% no fechamento devido às repercussões do escândalo. Os mercados de Nova York não abriram nesta segunda-feira devido a um feriado nos Estados Unidos.

“Uma brecha” –
O analista político Carlos Germano disse à AFP que a credibilidade do presidente “era impecável” até sexta-feira, mas que com este episódio há “uma brecha que se abriu”.

“Havia um nível de transparência que a sociedade via e hoje isso foi colocado em dúvida”, porque “esse fato gerou uma grande incerteza, uma grande dúvida que repercutirá no Parlamento”.

Germano não acredita que o impeachment prospere. “Hoje na Argentina isso é inviável”, devido à falta de votos necessários, afirmou.

“A sociedade em geral continua hoje apoiando o presidente, principalmente em um tema central, que foi a luta contra a inflação”, que em 2024 foi de 117,8%, quase a metade do que no ano anterior.
Em meio à polêmica, Milei replicou nesta segunda-feira no X uma postagem que foi interpretada como um tutorial para comprar a criptomoeda $LIBRA.

Pouco depois da réplica de Milei à mensagem do economista e assessor presidencial Darío Epstein, o valor da $LIBRA aumentou mais de 120% e depois voltou a cair.

Duas horas –
Javier Smaldone, especialista em informática e influenciador digital conhecido por denunciar fraudes de pirâmide, disse à AFP que toda a operação de sexta-feira durou “mais ou menos duas horas” e movimentou um volume aproximado de 4,4 bilhões de dólares (R$ 25,1 bilhões).

A principal denúncia registrada na Argentina inclui, entre outros, Julián Peh, CEO e e cofundador da Kip Network e KIP Protocol – empresas que participaram da criação da $LIBRA -, e o presidente da Câmara dos Deputados, Martín Menem, que repostou a mensagem de Milei na sexta-feira no X.

De acordo com essa ação, o fato de Milei e outros membros de seu partido, La Libertad Avanza, promoverem o token, “deu legitimidade ao projeto”. Assim, o preço subiu e alguns poucos “liquidaram suas posições, obtendo um lucro exorbitante”.

A ação solicita à justiça o cumprimento de um mandado de busca na residência presidencial de Olivos e a apreensão de computadores, tablets e telefones celulares.

Também pede a “intervenção e perícia na plataforma X para custodiar o conteúdo da conta do presidente Javier Milei @JMilei e dos outros denunciados, incluindo os registros de seus tuítes apagados”, além da rastreabilidade das transações “para identificar os beneficiários da fraude”.

Além dessa denúncia apresentada ao Ministério Público, outras dezenas estão sendo promovidas por canais digitais, informaram fontes judiciais citadas pela imprensa local.

(Com informações da Agence France-Presse)

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