A ilha de Santa Rosa, localizada na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia, tornou-se motivo de disputa diplomática entre os dois vizinhos brasileiros.
O mal-estar começou quando um diplomata colombiano reclamou da “ocupação” peruana da ilha em reunião com autoridades do país vizinho. Após a saia-justa em 2024, o governo em Lima enviou uma nota de protesto e a Colômbia se desculpou, segundo o jornal El País. Assim, a crise foi temporariamente resolvida.
Peru reascendeu a disputa a disputa ao promulgar uma lei que estabelecia a criação de Santa Rosa como distrito da região de Loreto. O Congresso do país justificou, no mês passado, que a lei pretende “fortalecer a presença do Estado, melhorar a prestação de serviços públicos e consolidar a soberania em uma área crítica de fronteira internacional”.
O presidente da Colômbia não gostou da decisão e acusa o Peru de violar tratados de fronteira e se apropriar de território de seu país. “Surgiram ilhas ao norte da atual linha mais profunda, e o governo do Peru acaba de se apropriar delas por meio de uma lei, além de instalar a capital de um município em um terreno que, de acordo com o tratado, pertence à Colômbia”, escreveu Gustavo Petro no X.
Santa Rosa é e sempre foi parte do Peru, segundo seu chanceler. Elmer Schialer respondeu ao governo de Petro que nem um único milímetro do território colombiano foi tocado.
Por que a Santa Rosa?
Controle peruano pode prejudicar financeiramente a Colômbia. Para Petro, a ocupação peruana em Santa Rosa “pode fazer Letícia desaparecer como porto amazônico, tirando sua vida comercial”, reclamou. Letícia, a capital da Amazônia colombiana, é a porta de entrada do país para o rio e um importante centro de comércio e transporte. A ilha fica bem em frente ao seu cais.
Peruanos vivem na ilha desde sua criação. Este é o argumento de Julio Kahn, prefeito da província de Mariscal Ramón Castilla. Ao jornal El Colombiano, ele ressaltou que colombianos, brasileiros e cerca de 2.500 peruanos vivem pacificamente na ilhota na tríplice fronteira, o que o governo local estaria tentando proteger.
Ilhas da região “são terra de ninguém”, já que elas se formaram depois que Colômbia e Peru definiram suas fronteiras em 1922. Naquele ano, os dois países assinaram o Tratado de Salmón-Lozano, um acordo que cedeu à Colômbia um corredor que incluía o porto de Letícia e acesso ao Rio Amazonas, em troca de terras ao sul do Rio Putumayo, que a Colômbia havia recebido do Equador em 1916 e entregou ao Peru.
Região amazônica está em transformação morfológica, daí o surgimento de Santa Rosa na segunda metade do século 20. Estas mesmas mudanças têm afastado Letícia do rio, segundo estudos da Universidade Nacional da Colômbia, o que pode prejudicar ainda mais os planos do país.
Peru considera que Santa Rosa é parte que se desprendeu de Chinería, ilha que já existia na época do tratado.
Uma revisão da fronteira em movimento poderia ser tensa devido a mudanças diplomáticas. As relações entre os dois países azedaram após a destituição do presidente Pedro Castillo pelo Congresso peruano. Petro considerou o ato um golpe de Estado e chamou seu embaixador de volta à Colômbia. Atualmente, as delegações diplomáticas são lideradas por encarregados de negócios, que devem, em ambos os lados, crescer os olhos sobre o porto amazônico.
*Informações UOL.
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